O ex-senador cearense, Tasso Jereissati, admitiu ontem, em reunião em Brasília, que se for imprescindível ao PSDB e à candidatura do senador Aécio Neves (PSDB-MG) à Presidência da República, ele, Tasso, apresentará sua candidatura ao Senado Federal pelo Estado do Ceará.
"O que eu coloquei é que eu tenho um compromisso com este partido. Um compromisso com este país e hoje o grande compromisso com este partido é a candidatura do Aécio", disse Tasso. "Eu acredito que tudo diz que o país não pode continuar como está e dentro deste compromisso se for importantíssimo para a consolidação desta candidatura (Aécio) no Estado, nós vamos levar este compromisso nem que seja o caso de algum compromisso pessoal ter que ficar em segundo plano", explicou o cearense.
A afirmação trouxe alívio ao presidente da legenda, Luiz Pontes, que disse ter entrado tenso no encontro e ter saído tranquilo. "Foi bom porque ele (Tasso) deixou bem claro que se a sua candidatura, se for imprescindível o nome dele, tudo bem. Eu saio daqui profundamente satisfeito. Não é uma candidatura, mas é uma pessoa que está bem mais sensível do que no começo desta jornada", disse o presidente do PSDB cearense.
Sobre candidaturas ao governo do estado, Pontes afirmou que o apoio tucano será dado àquele candidato ao Palácio da Abolição que der total apoio a Aécio Neves. "Quem subir no palanque junto com o Aécio, fizer campanha por ele aqui no Estado, terá o nosso apoio".
Em relação a possíveis alianças entre os tucanos no Estado e as demais legendas, Tasso afirmou que esta será uma conversa muito difícil, principalmente com o PMDB, "mas não impossível". Segundo Tasso neste momento o PSDB está desenvolvendo conversas com o PR e com o ex-prefeito de Maracanaú, Roberto Pessoa (PR).
Palanques
Tanto no Ceará como no resto do país, a preocupação tucana está centrada nas alianças e no lançamento de nomes a vice-governador onde não há candidatura própria e à vice-presidência na chapa de Aécio. Tasso Jereissati afirmou que tudo se encaminha para que o PSDB apoie a indicação de Roberto Pessoa.
"Temos tempo e vamos utilizar esse tempo. Até o início de junho essa questão estará definida. Temos nomes altamente qualificados que poderão acrescentar muito à chapa", disse Aécio.
A executiva nacional do PSDB se reuniu ontem em Brasília para tentar solucionar problemas de palanques estaduais. O senador mineiro diz já ter soluções em 80% dos Estados, com exceção de casos como o Rio de Janeiro - onde parte do PMDB quer apoiá-lo, mas o ex-prefeito César Maia (DEM) quer o apoio do tucano para a sua candidatura ao governo do Estado. Outro Estado ainda indefinido é o Rio Grande do Sul, onde Aécio diz estar em conversas "muito adiantadas" para ter o apoio da pré-candidata ao governo Ana Amélia Lemos (PP).
No Nordeste, onde a presidente Dilma Rousseff (PT)teve ampla maioria nas últimas eleições, Aécio avalia que o cenário é mais favorável à oposição especialmente em Estados como a Bahia e o Ceará. "No Nordeste, a nossa situação é muito melhor do que era nas últimas eleições. Ganhamos musculatura em praticamente todos os Estados. Nenhum dos outros candidatos tem esse diferencial, incluindo a presidente Dilma. Cumprimos nosso dever de casa até aqui".
Segundo o senador, o PSDB terá candidatos próprios em pelo menos dez Estados (Goiás, Santa Catarina, Paraná, Minas, Alagoas, Paraíba, Pará, Distrito Federal, Rondônia e Espírito Santo). Em São Paulo, Alckmin tentará a reeleição.
Lançamento
O PSDB decidiu ontem lançar no dia 14 de junho, em São Paulo, a candidatura de Aécio à Presidência da República, de olho no apoio do governador Geraldo Alckmin (PSDB) e da ala da sigla ligada ao ex-governador José Serra (PSDB).
A cúpula do partido lançou ontem a pré-candidatura do tucano durante reunião da executiva nacional do PSDB em que representantes dos 27 diretórios estaduais do partido lançaram manifesto em apoio a Aécio.
No documento, os tucanos afirmam que o candidato do PSDB representa o "desejo de mudança" da maioria dos brasileiros após "anos de um regime de improviso, compadrio e ineficiência". O manifesto também diz que o país está "cansado de desvios, mazelas e escândalos de corrupção em série". (com agências de notícias)
Fonte: DN
Rose ane silveira
Repórter