Se os jogadores do Fluminense não conseguiram pegar Rodinei na jogada que decidiu o Fla-Flu do último domingo e garantiu a vitória rubro-negra por 2 a 1, o barbeiro Luis Cláudio, de 32 anos, pegou. Pegou a camisa do lateral-direito e não largou. Levou para casa como um troféu. Mas já na noite de domingo, o jogador passou a buscar nas redes sociais e mandar recado para que o torcedor aparecesse.
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Ele apareceu, localizado pelo repórter da TV Globo Eric Faria. E, feliz da vida com o título, foi nesta segunda-feira reencontrar o herói da 34ª conquista de Carioca do Flamengo no estúdio do Globo Esporte. Devolveu o uniforme. E ganhou um presente em troca uma camisa novinha em folha, com o número 12 às costas, em referência à torcida como 12º jogador.
– O cara foi malandro, mas foi homem de devolver. Eu disse para ele: ‘Você deu uma de louco’. Mas foi muito legal a humildade dele. Não dava pra imaginar que um cara no meio de 70 mil viria devolver – disse Rodinei.
Ao lado de ídolos que até então só via da arquibancada, Luis Claudio abriu o coração:
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– Isso é inesquecível. Coisa que não tem preço nem como explicar. Coisa única. No meio de todos os torcedores, eu fui o cara da camisa. Entre milhões, eu fui sorteado – disse o torcedor.
LC, sócio do cunhado Vinícius Pixote na Barbearia dos Primos, em Oswaldo Cruz, bairro onde mora, diz não considerar um roubo o que fez no ápice do êxtase de Rodinei com os rubro-negros.
– Não é roubo porque eu perguntei para todas as pessoas que pediam para tirar foto comigo: “E se fosse você?” Todos falaram que pegariam. Foi um roubo devolvido (risos).
Oferta pelo manto
Luis Claudio estava em uma festa em Oswaldo Cruz e teve de se deslocar para Cascadura, onde foi buscar a esposa, Priscila. Lá, perdeu seu telefone e recebeu uma proposta que poderia lhe permitir a compra de um novo aparelho mais moderno: ofereceram R$ 2 mil. Quem disse que ele aceitou?
– Não tem preço o que estou vivendo agora. Se eu vendesse a camisa não estaria aqui agora. Eu trabalho com público, tenho que ter boa imagem. Mesmo que eu não ganhe nada, só a satisfação de todo mundo vir falar comigo… Isso vai divulgar a barbearia. Não troco, não vendo e nem negocio – brincou o torcedor, antes de devolver a peça para Rodinei.
Pai dos pequenos Luis Gustavo e Luis Fabiano, de 6 e 4 anos respectivamente e seus fiéis companheiros de arquibancada, LC agora tem um desejo: cortar o cabelo do autor do gol do título.
– Não vou cobrar, não. Não tenho como cobrar de um cara que fez a alegria do meu coração e de 68 mil (risos).
LC é de chorar pelo Flamengo, conforme conta Priscila, sua esposa e torcedora do Vasco. Luis diz que ela é cruz-maltina só para ser “do contra”. É herança do sogro do barbeiro, Marco Antônio.
– A final de 2014 foi no dia da festa do meu casamento. Estávamos vendo em casa. Minha mulher queria que eu botasse roupa bonitinha, maior briga, mas botei a camisa do Flamengo e comprei duas caixas de fogos. Meu sogro estava enchendo o saco, dizendo que eu não ia soltar os fogos. Quando o Flamengo tomou o gol, quase comecei a chorar, e a Priscila gritando “Vasco, Vasco, Vasco”. O Flamengo fez o gol com o Márcio Araújo, saí levando portão, estourei duas caixas de fogos em menos de dois minutos (risos).
Vasco, aliás, está “presente” em um dos nomes do filho dele, mas Luis Claudio não esperava que Fabuloso fosse vestir a camisa do maior rival do Flamengo um dia.
– Sempre fui fã dele, fiquei triste que ele foi para o Vasco. Queria que ele jogasse no Flamengo no fim de carreira, só vestisse a nossa camisa mesmo (risos).
Fonte:https://mt.netfla.com/torcedor-recusa-r-2-mil-por-camisa-de-rodinei-reencontra-heroi-e-ganha-presente/
Fonte: GE