quarta-feira, 7 de abril de 2021

Pelo menos 90% das pessoas em lares e cuidados continuados vacinados com 1.ª dose

Pelo menos 90% das pessoas residentes nos lares de idosos e nas unidades de cuidados continuados já receberam a primeira dose da vacina contra a covid-19, revela o último relatório do estado de emergência.

        A vacinação dos idosos ainda tem muitas falhas 

© PAULO NOVAIS/LUSA


 

"Por referência a essa mesma data [14 de março], nos estabelecimentos residenciais para idosos (ERPI) e na rede nacional de cuidados continuados integrados (RNCCI), 90% do universo de pessoas elegíveis para vacinação até então, já havia recebido, pelo menos, a primeira dose da vacina", refere o documento do Governo e entregue na Assembleia da República.

O documento, referente ao período de 2 a 16 de março, esclarece que o relatório do anterior estado de emergência fazia referência a uma cobertura vacinal de 100% das pessoas a vacinar em ERPI e RNCCI, em relação à primeira dose. No entanto, não estavam incluídos naquele universo os estabelecimentos afetados por surtos de covid-19 que não reuniam critério para vacinação, bem como 30 lares de idosos não licenciados.

O relatório realizado pela Estrutura de Monitorização do Estado de Emergência, coordenada pelo ministro da Administração Interna, Eduardo Cabrita, dá também conta que, na primeira quinzena de março e com as aulas em regime não presencial, foram servidas, em média, cerca de 45 000 refeições diárias a alunos beneficiários de Ação Social Escolar.

O documento sublinha que a média diária de alunos a frequentar presencialmente a escola continuou a subir naquele período, tendo rondado os 18 730 alunos, cerca de 7 300 dos quais eram filhos de trabalhadores essenciais, 6 700 para quem o ensino à distância se revelou ineficaz e 4 700 alunos que necessitam de terapias ou medidas adicionais.

No capítulo dedicado à caracterização da situação económica, o relatório refere que, entre 2 e 16 de março, os níveis de procura interna demonstram "uma aceleração ligeira", mas sem valores significativos, que não deixam "de ser um dado positivo, precisamente por ser uma indicação da aceleração a esperar no período de pós-confinamento".

O documento, que é feito quinzenalmente pelo Governo, salienta ainda "a tendência fortemente decrescente de novos casos de infeção por SARS-CoV-2", que se faz notar desde final de janeiro, bem como da "diminuição expressiva" do número de internamentos hospitalares, nomeadamente em unidades de cuidados intensivos.

Fonte: Diário de Noticias

https://www.dn.pt/sociedade/pelo-menos-90-das-pessoas-em-lares-e-cuidados-continuados-vacinados-com-1-dose-13542737.html

Nova variante do coronavírus com 18 mutações é identificada em Belo Horizonte

Dois genomas de Sars-CoV-2, de um total de 85 sequenciados, identificaram a presença das mutações

Legenda: Os genomas foram identificados nas amostras coletadas nos dias 27 e 28 de fevereiro de 2021
Foto: NIAID

 Uma nova variante do coronavírus, com pelo menos 18 mutações, foi identificada em Belo Horizonte e Região Metropolitana de Minas Gerais. As informações são do portal G1. 

Dois genomas de  Sars-CoV-2, de um total de 85 sequenciados entre 28 de outubro de 2020 e 15 de março de 2021, identificaram a presença das mutações nunca vistas até então. 

Os genomas foram identificados nas amostras coletadas nos dias 27 e 28 de fevereiro de 2021. E não há evidências de ligação entre elas, como parentesco ou região residencial dos contaminados.

A descoberta foi do Laboratório de Biologia Integrativa do Instituto de Ciências Biológicas da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e do Setor de Pesquisa e Desenvolvimento do Grupo Pardini, em colaboração com o Laboratório de Virologia Molecular da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e a Prefeitura de Belo Horizonte.

Estudos genéticos mostraram que os dois novos genomas são provavelmente oriundos da antiga linhagem B.1.1.28, circulante na primeira fase da pandemia na capital mineira, e apresentam mutações em diversas partes.

Fonte: Diário do Nordeste

https://draft.blogger.com/blog/post/edit/4484846985596665980/4121846413794728129

Apenas 4 municípios cearenses ainda não cumpriram meta e têm doses de vacinas contra Covid retidas

                              


Mais nove municípios do Ceará confirmaram a meta de 85% de aplicação de primeiras doses da vacina contra Covid-19 e tiveram novas doses liberadas. A lista de pendentes, que inicialmente tinha 37 cidades, agora conta com somente quatro.

No momento, 180 municípios cearenses já tem a meta do primeiro esquema de imunização cumprida.

Retenção de envio de doses foi determinada em decisão judicial do Tribunal Regional Federal da 5ª Região (TRF-5) e é cumprida pela Secretaria da Saúde do Ceará (Sesa).

A pasta estadual atualizou listagem de cumprimento de metas de imunização na noite desta terça-feira (6). Nessa segunda-feira (5), 24 municípios haviam avançado e tido doses liberadas. 

MUNICÍPIOS QUE ATINGIRAM A META NESTA TERÇA-FEIRA (06/04)

  • Altaneira
  • Araripe
  • Iracema
  • Morrinhos
  • Parambu
  • Pedra Branca
  • Potengi
  • Quiterianópolis
  • Salitre
  • VEJA OS MUNICÍPIOS COM DOSE AINDA RETIDAS
  • Coreaú
  • Tarrafas
  • Trairi
  • Tururu

META 

A Sesa informou nesta segunda (5) que "qualquer inconsistência nos dados deve ser solicitada correção pelas vigilâncias municipais junto à Célula de Imunização da Sesa (CEMUN)".

"Reforçamos que a meta estipulada não se trata de meta populacional, e sim do desempenho velocidade em relação a entrega e a aplicação", pontua a pasta.

Diário do Nordeste


segunda-feira, 5 de abril de 2021

Morre o radialista e apresentador de TV Will Nogueira após 17 dias internado por Covid-19

Nogueira trabalhou durante 36 anos no SVM, período em que dirigiu a Rádio FM 93 e esteve à frente de programas na TV Diário

Legenda: Will Nogueira ficou conhecido no Nordeste por apresentação do programa Sábado Alegre, na TV Diário
Foto: Bruno Gomes/SVM (Maio de 2014)


 Morreu, na manhã desta segunda-feira (5), o radialista e apresentador de TV cearense Will Nogueira, aos 69 anos, após complicações da Covid-19. Em entrevista ao Diário do Nordeste, Eduardo Nogueira, irmão do comunicador, disse que ele ficou internado 17 dias. "Ele estava bem, mas na última semana apresentou uma piora da doença", declarou.

Ainda segundo Eduardo Nogueira, o apresentador chegou a ser intubado, mas não resistiu à doença. Ele estava recebendo cuidados no Hospital São Carlos, na Capital cearense.

Funcionário do Sistema Verdes Mares (SVM) durante 36 anos, Will chegou a dirigir a Rádio FM 93. Além disso, também fez carreira na televisão, atuando como apresentador dos programas "Sábado Alegre", na TV Diário, e no "Terral", na TV Ceará (ex-TV Educativa). 

O corpo de Will Nogueira é sepultado na tarde desta segunda-feira no Jardim Metropolitano. O comunicador deixa esposa e duas filhas. 

Sindicato dos Radialistas publicou nota de pesar em rede social
Legenda: Sindicato dos Radialistas publicou nota de pesar em rede social
Foto: Reprodução/Facebook

O radialista era formado em Ciências Econômicas pela Universidade Federal do Ceará (UFC), e iniciou a carreira no rádio ainda na década de 1970

Logo após aposentadoria da FM 93 em 2015, Nogueira passou a trabalhar como consultor em programação de Rádio e TV.

Com a morte de Will Nogueira, sobe para 36 número de radialistas mortos pela Covid-19 no Ceará. O número é do Sindicato dos Radialistas e Publicitários do Estado do Ceará.

HOMENAGENS NAS REDES SOCIAIS

No Facebook, o Sindicato dos Radialistas do Ceará lamentou o falecimento do profissional. "É com imenso pesar que a diretoria do Sindradioce informa o falecimento do comunicador Will Nogueira, ocorrido na manhã de hoje, 4 de março, em Fortaleza, vítima de Covid-19. Will estava internado em um hospital em Fortaleza e hoje perdeu à luta para o vírus".

O humorista cearense Tom Cavalcante também prestou homenagem ao apresentador Will Nogueira no Twitter. "Meu  primeiro diretor  na FM 93 de Fortaleza. Um profissional respeitado e querido pelo mercado nacional e artistas. Obrigado por tudo! Meus sentimentos à família e amigos. Difícil! Descanse e renasça em luz junto a Jesus".

Fonte: Diário do Nordeste

https://diariodonordeste.verdesmares.com.br/entretenimento/zoeira/morre-o-radialista-e-apresentador-de-tv-will-nogueira-apos-17-dias-internado-por-covid-19-1.3069250


"Não podemos voltar a fechar", dizem empresários da hotelaria, espetáculos e comércio

No arranque da segunda fase de desconfinamento, empresários apontam o dedo aos apoios e pedem que o oxigénio que tem sido dado às empresas não seja retirado assim que comecem os sinais da retoma.

 Miguel Garcia, Álvaro Covões e Miguel Pina Martins, com Joana Petiz, após o debate sobre a segunda fase do desconfinamento.

© Leonardo Negrão/Global Media


Odia 5 de abril de 2021 marca o regresso de muitos portugueses às esplanadas. Depois de quase dois meses de confinamento quase geral, muitas atividades económicas abrem timidamente as portas. Miguel Garcia, Álvaro Covões e Miguel Pina Martins são gestores em três dos setores mais afetados pela pandemia e confinamentos: hotelaria, espetáculos e comércio. Os empresários alertaram, durante debate promovido pela Global Media Group (donos do DN, JN, TSF e Dinheiro Vivo), que o País não pode voltar a confinar, sob pena da economia não aguentar. Além disso, pedem que os apoios não terminem assim que a retoma der os primeiros passos.

"Faz exatamente 13 meses que estamos em pandemia. É a segunda Páscoa confinada que atravessamos. Estamos no caminho certo para conseguir começar a verdadeira recuperação a partir do verão", começou por defender Miguel Garcia, diretor Regional de Operações da Minor Hotels para os Urban Hotels Portugal. "Depende de muitos fatores termos recuperação, e consistente, depois do verão, para que a retoma comece e para que não voltemos a fechar. Grande parte desses ingredientes passa pela vacinação e com dar muita forma à imagem Portugal e recuperá-la a 100% depois do que passámos em janeiro e fevereiro, que foi muita mau", acrescentou.

Álvaro Covões é há muito um dos rostos dos espetáculos e festivais de música em Portugal. Líder da empresa Everything is New, criadora do NOS Alive, e dirigente da Associação de Promotores de Espetáculos, Festivais e Eventos, o gestor partilha da ideia de que "não podemos voltar atrás". E o que o mundo do espetáculo atravessa "tempos indescritíveis".

"A importância dos eventos teste vai para além da cultura. O nosso objetivo é trazer para o nosso setor uma possibilidade de podermos trabalhar de uma forma mais alargada do que as regras atuais permitem. O que se pretende com os eventos pilotos é conseguir estudos médicos para dar certeza as autoridades de saúde que, se as pessoas entrarem num evento testadas negativas - tal como na aviação -, se será possível ter mais gente e mais proximidade para garantir trabalho para uma atividade económica que está muito afetada", disse.

Notando que estes eventos-teste podem ser um instrumento usado por outros setores, como o turismo, Álvaro Covões sublinha também que o preço dos testes rápidos tem vindo a descer, o que facilita que, cada vez mais, mais pessoas sejam testadas. "É importante todos nos mentalizarmos que é fundamental usar a máscara. Não podemos voltar a confinar porque isto é uma desgraça. Para os espetáculos, é pior o abre e fecha".

Apoios

Desde o início da pandemia foram lançados apoios às empresas e ao emprego. Dois desses apoios foram o lay-off simplificado e as moratórias. Miguel Pina Martins, empresário e líder da Associação de Marcas de Retalho e Restauração (AMRR), defendeu que "as lojas são locais seguros". Mas como não são peritos nas questões sanitárias, diz, terem de compreender e aceitar as regras estabelecidas, mas "aquilo que é mais difícil de compreender é a falta de medidas de apoio para este fecho. O que costumo dizer é que estamos a ser expropriados", mas sem direito a indemnização.

O líder da AMRR explica que a associação tem vindo a pedir várias medidas de apoio "muitas delas sem custos para o contribuinte. A questão das moratórias das rendas e do crédito. As empresas do comércio e restauração já estão a pagar juros apesar de estarem fechados". "Nós tivemos, nos últimos 12 meses, praticamente seis meses fechados. E quando estivemos abertos, estivemos com limitações grandes. Os apoios que consideramos de forma muito importante, não se estão a repetir, como é o caso das moratórias", acrescentou.

As moratórias públicas, lançadas pelo governo, terminam em setembro para as famílias e empresas. Miguel Pina Martins, durante a sua intervenção, sustentou ainda que "a moratória que estamos a pedir, enquanto comércio, é até setembro. E essas estão aprovadas que é a questão do juro até setembro. Neste momento foi aprovado na generalidade na Assembleia da República uma proposta para prolongar todas até setembro. O que pedimos é que o que estão encerrados possam ter acesso a essa moratória".

Ainda sobre estes diferimentos de pagamentos que duram até setembro, Álvaro Covões salientou que "Portugal não vai ter a extensão das moratórias porque foi talvez dos países da Europa que menos apoio deu às empresas. O Conselho Europeu não consegue perceber porque é que nós pedimos a extensão das moratórias porque existia, e estava à disposição dos governos, ter mais défice e endividar e apoiar as empresas".

Por outro lado, Miguel Pina Martins considerou ainda que o programa Apoiar e o Apoiar Rendas são "positivos" mas têm uma "série de entraves que acabam por limitar as empresas que podem concorrer".

Retoma económica

Os cafés e restaurantes com serviços de esplanada podem reabrir a partir desta segunda-feira embora com limitações. É um primeiro passo, mas a recuperação da economia ainda não está aí. Os hotéis, tanto no primeiro confinamento como neste, não foram obrigados a fechar. A falta de procura ditou o fecho de portas e muitos assim continuam.

O grupo Minor tem 16 hotéis em Portugal, estando apenas três abertos neste momento. "Hoje vamos abrir outro no Algarve. Vamos abrir depois outro em breve. Diria que temos uma grande oportunidade de imagem que é a Moto GP e a F1 em meados de abril e maio, que vão ser duas alavancas muito importantes do ponto de vista de imagem para o nosso país e que temos de capitalizar ao máximo para que o verão venha, e com força e segurança, para que daí para a frente seja só recuperação e não haja de novo confinamento e retrocessos", defende Miguel Garcia. O gestor acredita que é possível uma retoma até setembro e não tem dúvidas que os "apoios são fundamentais para esta recuperação. Os hotéis não foram obrigados a fechar mas fomos estrangulados para fechar. Dependemos dois terços do nosso negócio vem de fora".

Com passos tímidos no caminho da retoma e consequente recuperação económica, os empresários consideram também que, aos primeiros sinais, o oxigénio que os apoios públicos têm dado não pode ser desligado. Questionado se, para o comércio, é mais importante ter apoios nesta altura, em que ainda estão fechados ou com possibilidade de venda mas com restrições elevadas, ou na reabertura, Miguel Pina Martins não esconde que os apoios têm de continuar.

"Agora é chave porque precisávamos de sobreviver. Precisamos de pagar às pessoas e não há tesouraria. Era importante que o lay-off simplificado que no ano passado durou um pouco mais que o fecho [dos estabelecimentos] porque as pessoas estavam com restrições de horários e o lay-off simplificado permite gerir muito mais facilmente as questões das restrições horários e apelamos que dure para além do dia 18 de abril, no caso das lojas que passam a abrir nessa altura".

Aveiro e Braga com esplanadas animadas

Com a Primavera nos seus primeiros dias, e com temperaturas amenas, muitos portugueses ansiavam por poder sair de casa. Esta segunda-feira almoçar ou jantar numa esplanada é possível e muitos não terão perdido tempo. Sofia Pinho e Melo é sócia-gerente de uma esplanada no Cais da Fonte Nova, ao lado da ria de Aveiro. Contou, em direto, que este último ano foi "um turbilhão de emoções". A empresária inaugurou o seu negócio cerca de um mês antes da chegada da pandemia, com cinco funcionários, "as pessoas que achávamos que precisávamos". Mas a pandemia trocou-lhe as voltas e "os contratos terminaram e não conseguimos renovar todos por causa da pandemia". Tratando-se este espaço de uma concessão municipal, Sofia Pinho e Melo não tem dúvidas que apoio municipal, que se refletiu na renda, "foi fundamental para conseguirmos sobreviver".

Com a esplanada cheia, a empresária confessou que tinha "algumas expectativas" e que contava com muitas reservas quer para almoços, quer para jantar. Em Braga, o sol também convidou a passeios e Mário Pereira, gerente de um restaurante com esplanada, confessou que a manhã "estava a correr bem". O empresário conta com uma equipa de 15 pessoas e deixou um pedido: "que nos deixem trabalhar. Espero que tudo corra bem e não" haja necessidade de voltar atrás e aplicar mais restrições.

Fonte: Diário de Noticias

https://www.dn.pt/dinheiro/empresarios-da-hotelaria-espetaculos-e-comercio-alertam-nao-podemos-voltar-a-fechar-13535521.html

Cientistas sul-africanos encontram variante "mais transmissível" em Angola

 Cientistas sul-africanos descobriram a variante "mais transmissível" do novo coronavírus SARS-Cov-2 na primeira sequenciação genómica realizada com amostras recolhidas em Angola, foi este domingo anunciado.


                                    Doente com covid-19 num hospital.

© EPA/Attila Balazs


A variante foi descoberta no mês passado em três cidadãos tanzanianos, em Angola, disse o professor Túlio de Oliveira, que lidera a equipa de cientistas sul-africanos da Universidade do KwaZulu-Natal, especialistas em inovação e sequenciamento genómico, que realizou o estudo.

Angola contabiliza 22.579 casos de infeção do novo coronavírus e 540 mortes associadas à covid-19, segundo o centro de monitoria global da doença pandémica da Universidade John Hopkins.

"Quando comparada com outras variantes de preocupação (VOC, na sigla em inglês) e variantes de interesse (VOI, na sigla em inglês), esta é a mais divergente", disse Túlio de Oliveira, salientando que a descoberta foi relatada como sendo "um novo VOI dada a constelação de mutações com significado biológico conhecido ou suspeito, especificamente resistência a anticorpos neutralizantes e transmissibilidade potencialmente aumentada".

"Embora tenhamos detetado apenas três casos com esta variante, isto justifica uma investigação urgente, pois o país de origem, a Tanzânia, tem uma epidemia em grande parte não documentada e poucas medidas de saúde pública em vigor para prevenir a propagação dentro e fora do país", explicou Túlio de Oliveira ao semanário sul-africano Sunday Tribune, que se publica em Durban, litoral do país.

Os cientistas sul-africanos da Plataforma de Inovação e Sequenciamento de Pesquisa KwaZulu-Natal (KRISP, na sigla em inglês), sublinharam que a nova variante "não foi ainda reportada em nenhum outro país", nomeadamente na África do Sul.

"Não temos ideia se ainda é novo ou se foi a variante dominante na Tanzânia, e é por isso que pedimos atenção urgente, pois realmente precisamos ter uma melhor compreensão do vírus e da epidemiologia na Tanzânia", referiu por seu lado Richard Lessells, investigador do KRISP, especialista em doença infecciosas.

"Recebemos amostras adicionais de Angola e estamos atualmente a gerar e a analisar dados", adiantou.

O Presidente tanzaniano, John Magufuli, que morreu no mês passado de doença associada à covid-19, segundo a oposição, negou a existência da pandemia do novo coronavírus no país.

A Tanzânia, com 509 casos de infeção e por covid-19 e 21 mortes, deixou de divulgar novos casos de infeção e óbitos associados à covid-19 em maio de 2020, segundo o centro de monitoria global da doença pandémica da Universidade John Hopkins.

O estudo realizado pelos cientistas sul-africanos contou com a participação de várias entidades, nomeadamente o Ministério da Saúde de Angola e o África CDC.


Fonte: Diário de Noticias 

https://www.dn.pt/internacional/cientistas-sul-africanos-encontram-variante-mais-transmissivel-em-angola-13531878.html

Variante do Reino Unido detetada em 82,9% dos casos em Portugal

A variante do SARS-CoV-2 associada ao Reino Unido prossegue numa "trajetória de frequência ascendente" em Portugal e é responsável pela "grande maioria dos casos" no país

© MANUEL DE ALMEIDA/LUSA

 Avariante do SARS-CoV-2 associada ao Reino Unido prossegue numa "trajetória de frequência ascendente" em Portugal e é responsável pela "grande maioria dos casos", tendo sido detetada em 82,9% das amostras recolhidas em março, anunciou esta segunda-feira o INSA.

O "Relatório de situação sobre diversidade genética do novo coronavírus SARS-CoV-2 em Portugal", elaborado pelo Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge (INSA), aponta também "um aumento considerável" da variante ligada à África do Sul, apesar de a sua circulação ainda ser "pouco frequente na comunidade".

Relativamente à variante originalmente identificada no Reino Unido, o INSA refere que foi "detetada por sequenciação com uma frequência relativa de 82,9% na amostragem nacional de março, continuando numa trajetória de frequência ascendente, sendo a variante responsável pela grande maioria dos casos de covid-19 atualmente".

A variante do novo coronavírus associada à África do Sul foi detetada em 49 casos de covid-19 até à data, 27 dos quais foram detetados na amostragem nacional de março, "o que representa uma frequência relativa de 2,5% e evidencia um aumento considerável em relação à amostragem de fevereiro (0,1%)".

"A análise filogeográfica indica que esta variante foi introduzida várias vezes de forma independente em Portugal. Não obstante, entre as 49 sequências, identificam-se alguns 'clusters' bem definidos (por exemplo, cadeias de transmissão limitadas a agregados familiares ou instituições), sugerindo que a circulação é ainda pouco frequente na comunidade", refere o INSA.

Também foram observados, até ao momento, 22 casos da variante P.1 (associada ao Brasil, Manaus), sendo que apenas quatro casos desta variante foram detetados na amostragem de março, mantendo a mesma frequência relativa (0,4%) observada em fevereiro, o que se sugere que a circulação desta variante "é muito limitada em Portugal".

"A variante P.2, também detetada inicialmente no Brasil, revelou um decréscimo na sua frequência relativa na amostragem de março, tendo sido detetado apenas um caso entre as 1.094 sequências analisadas", refere o relatório.

Segundo o INSA, "a amostragem nacional de março de 2021 por sequenciação cobriu 10,4% das amostras positivas reportadas durante o período em análise em Portugal, pelo que os dados apresentados refletem de forma robusta o peso das variantes em circulação no atual curso da epidemia no país".

O INSA refere que nesta última atualização do site foram introduzidas novas funcionalidades, incluindo um novo painel interativo que permite analisar a evolução da proporção das diferentes variáveis (p. ex., clade, linhagem, mutação, etc.) ao longo do tempo.

Até à data, o INSA, através do Núcleo de Bioinformática do seu Departamento de Doenças Infecciosas, analisou 5.758 sequências do genoma do novo coronavírus, obtidas de amostras colhidas em 89 laboratórios, hospitais e instituições, representando 252 concelhos de Portugal.

Desde o relatório de 03 de março foram analisadas mais 1.345 sequências, incluindo 1.094 sequências obtidas no âmbito da vigilância de periodicidade mensal com amostragem nacional que o INSA está a coordenar, provenientes de laboratórios distribuídos por todo o país, abrangendo um total de 166 concelhos, e 89 sequências obtidas em amostras suspeitas da presença das variantes associadas à África do Sul e Brasil ou de outros estudos específicos.

A pandemia de covid-19 provocou, pelo menos, 2.853.908 mortos no mundo, resultantes de mais de 131,2 milhões de casos de infeção, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.

Em Portugal, morreram 16.885 pessoas dos 823.494 casos de infeção confirmados, de acordo com o boletim mais recente da Direção-Geral da Saúde.

Fonte: Diário de Noticias

https://www.dn.pt/sociedade/variante-do-reino-unido-detetada-em-829-dos-casos-em-portugal-13535293.html