quinta-feira, 8 de abril de 2021

"Doutor, qual é a vacina que me vão dar? Não é a da AstraZeneca?"

Médicos e cientistas acreditam nos estudos científicos, nomeadamente os realizados pela Agência Europeia de Medicamentos. Mas sentem que as dúvidas e as hesitações diminuem os níveis de confiança da população. Pedem aos políticos que deixem os peritos atuar.

Centro de Vacinação na Cidade Universitária, os professores e auxiliares dos 2.º e 3. º ciclos serão vacinados este fim de semana 

© Leonardo Negrão / Global Imagens


 A vacina da AstraZeneca continua a ser objeto de dúvidas e, ontem, a Agência Europeia de Medicamentos (EMA) veio dizer que os benefícios em tomá-la são muito superiores aos efeitos secundários. Em geral, é também esta a opinião dos médicos e cientistas que, cada vez mais lidam com as dúvidas dos utentes. Aumenta o número daqueles que perguntam: "Que vacina me vão dar? Não é a da AstraZeneca, pois não? Não quero a da AstraZeneca." Têm de explicar que as reações graves são uma minoria em relação ao número de inoculações e que todo o medicamento pode ter complicações graves.

O especialista em medicina geral e familiar Rui Nogueira esteve durante a manhã de quarta-feira no Centro de Vacinação de Coimbra , onde se vacinavam as pessoas incluídas na primeira fase do plano. "É evidente que estão preocupadas e como não têm - nem devem ter - dados para poder avaliar a situação têm medo. Perguntam que vacina vão tomar e, quando ouvem que é a da Pfizer, ficam tranquilas. E dizem: "Se fosse a da AstraZeneca não queria." E, no consultório, aconselham-se se devem vacinar-se . As pessoas já estavam desconfiadas e com a notícia de hoje a situação piorou."

A notícia é que a EMA anunciou ontem o resultado de mais uma investigação sobre os efeitos da AstraZeneca, agora denominada Vaxzevria. Concluiu que existe uma "possível relação" entre a vacina e a formação de "casos muito raros" de coágulos sanguíneos.

Em conferência de imprensa, em Amesterdão, a diretora executiva da agência, Emer Cooke, garantiu que o Comité de Segurança confirmou que os benefícios da vacina da AstraZeneca se sobrepõem aos efeitos secundários. Explicou que a vacina tem mostrado ser eficaz para os casos graves de covid-19. O lado menos positivo é que pode potenciar o surgimento de coágulos sanguíneos, mas afirmou que são casos "raros". Sublinhou que a investigação nas últimas semanas foi bastante profunda.

Só que estes avanços e recuos em nada ajudam à prática clínica, criando uma grande desconfiança entre a população.

"Confia na vacina?"

Carla Nunes, diretora da Escola Nacional de Saúde Pública, não tem dúvidas de que o debate em torno da AstraZeneca irá provocar uma menor adesão à vacinação contra a covid-19. "Acredito que vai mexer na confiança das pessoas. Esperamos que na altura da decisão final decidam tomar a vacina. Haverá alguma alteração nos comportamentos, espero que seja uma situação pontual e que não leve a não se vacinarem", diz, acrescentando que confia completamente no regulador europeu.

A investigadora tem apresentado regularmente estudos sobre a atitude dos portugueses em relação à pandemia (barómetro covid-19), nomeadamente na reunião de peritos do Infarmed. No início, sentiu alguma rejeição à vacinação por parte das pessoas, que se foi dissipando à medida que foram saindo estudos sobre os testes dos laboratórios. De tal forma que retiraram as perguntas sobre a intenção de tomar, ou não, uma vacina contra a covid-19.

Perante o aumento da discussão sobre os efeitos negativos, voltaram a introduzir duas perguntas: "Confia na eficácia da vacina? Qual é a sua intenção: tomar a vacina imediatamente, esperar algum tempo, não a quer tomar?" Carla Nunes começou a analisar as respostas ao questionário e já percebeu que vai encontrar mais reações negativas à vacinação. O inquérito não particulariza as marcas das vacinas que chegaram a Portugal: Pfizer, AstraZeneca e Moderna, todas elas administradas em duas doses. Espera-se em meados de abril a Johnson & Johnson, que só necessita de uma toma.

Os políticos ou os cientistas?

Rui Nogueira pede que os políticos deixem para os cientistas as decisões sobre os medicamentos, que ele, enquanto médico, também não tem competência para se meter na política. "Há uma intervenção política que não devia existir. Os políticos não sabem interpretar os dados científicos, como nós não sabemos interpretar a estratégia política. A nossa observação diária, os estudos científicos realizados e que são credíveis, levam-nos a prescrever medicamentos seguros. Administramos uma vacina partindo do pressuposto de que vai evitar mortes. Os benefícios são indubitavelmente maiores do que as consequências negativas. Temos uma doença com uma elevada letalidade e as vacinas evitam mortes."

É que, também ontem e à mesma hora da conferência de imprensa do regulador europeu, o governo britânico anunciou que deveria ser oferecida uma vacina alternativa à da AstraZeneca a quem tem menos de 30 anos. O Comité Conjunto de Vacinação e Imunização [Joint Committee on Vaccination and Immunisation, JCVI] disse que "é preferível para adultos com menos de 30 anos sem condições de saúde subjacentes que os coloquem em maior risco de doença covid-19 grave receber uma vacina alternativa" à da AstraZeneca.

A decisão foi tomada após o regulador Agência de Medicamentos britânica (MHRA) atualizar para 19 casos fatais entre 79 casos de pessoas que desenvolveram problemas, contra sete mortes entre 30 casos identificados há quatro dias.

Não é a primeira decisão política sobre a AstraZeneca. Em março, Portugal e outros 20 países suspenderam a sua administração até avaliação da EMA, que foi positiva.

Marta Temido, na qualidade de ministra da Saúde do país que preside ao Conselho da União Europeia, convocou uma reunião online dos responsáveis europeus da tutela. "A vacina da AstraZeneca é uma parte importante do nosso portfólio de vacinas e é uma parte significativa das campanhas nacionais de vacinação e dos nossos esforços para fazer face ao impacto da covid-19", declarou a comissária europeia da Saúde, Stella Kyriakides, na sua intervenção, pedindo aos diferentes países "uma abordagem que não confunda os cidadãos e que não alimente a hesitação vacinal". A reunião não permitiu um acordo e resultou num apelo, expresso em comunicado, para que todos os Estados-membros "procurem uma posição o mais coordenada possível". Citada pela nota, Marta Temido sublinha: "Não devemos esquecer que as decisões individuais afetam todos".

Agência diz que há 18 mortes

Segundo a EMA, foram registados 62 casos de trombose do seio venoso cerebral e 24 casos de trombose venosa esplâncnica até 22 de março, bem como 18 mortes, num universo de 25 milhões de vacinados na UE, Espaço Económico Europeu e Reino Unido. Um número de vítimas mortais inferior ao divulgado pela reguladora britânica (19) no mesmo dia.

Sabine Straus, a responsável pelo Comité de Segurança da EMA, afirmou que os efeitos secundários da AstraZeneca não dependem nem da idade nem do género. Pediu que os cidadãos inoculados com esta vacina estejam atentos a sinais de falta de ar, dor no peito, mãos inchadas, dores de cabeça severas e escamaduras de pele.

Antes, no início da semana passada, a EMA publicou uma atualização sobre o fármaco e, além de divulgar a mudança do nome para Vaxzevria, indicou que "foi incluído na informação sobre o produto um aviso sobre eventos de coágulos sanguíneos muito raros".

Laboratórios e países

Portugal O país recebeu mais de dois milhões de doses (2 344 530) de vacinas contra a covid-19 e que são compradas através da União Europeia. Foram distribuídas 1 996 561. Há 579 069 de pessoas que já receberam as duas doses da vacina e que representam 6 % da população, sendo que 44 % tem 80 ou mais anos de idade. O grupo etário mais velho aumenta significativamente entre os que têm só uma dose, representando 85% dos 1 334 338 que já iniciaram o processo de vacinação. Os primeiros casos de infeções por SARS-CoV-2 surgiram na China (Wuhan) em finais de 2019 e todas as vacinas foram desenvolvidas em tempo recorde, estando atualmente na terceira fase. Significa que já passaram os testes à sua segurança para a saúde, concentrando-se os estudos nos efeitos secundários de acordo com os grupos de pacientes/utentes.

União Europeia A Comissão autorizou a primeira vacina em 21 de dezembro de 2020, concentrando a compra as vacinas no espaço comunitário. Chegaram até ao momento as vacinas dos laboratórios Pfizer, Moderna e AstraZeneca, que são administradas em duas vezes, nos 27 estados membros da UE. Espera-se para meados de abril a vacina da Johnson&Johnson, que só necessita de uma toma. A Pfizer e a Moderna foram desenvolvidas nos Estados Unidos. A AstraZeneca, que mudou recentemente o nome para Vaxzevria com a aprovação da EMA, resulta da cooperação anglo-sueca. Tem havido atrasos nas entregas das doses adquiridas nos laboratórios. Até ao momento, 25 milhões de habitantes na UE têm pelo menos uma dose da vacina contra a covid.

Rússia Os russos também desenvolveram uma vacina contra a covid-19, a Sputnik V. Foi recebida no exterior com objeções com a justificação de que não tinham sido realizados testes suficientes para a sua entrada no mercado. Os críticos acusaram os russos de terem queimado etapas no seu desenvolvimento. Entretanto, têm realizado vários estudos e as críticas diminuíram de tom. Por exemplo, a Alemanha, é um dos países que põe a hipótese de comprar a Sputnik V devido ao atraso das encomendas feitas pela União Europeia. Mas, por exemplo, a Hungria já a comprou, além da Venezuela e alguns países árabes.

China Os chineses desenvolveram duas vacinas com a marca Sinopharm (grupo farmacêutico estatal), no Wuhan Institute Of Biological Products. Tal como a russa Sputnik V, não está autorizada nos países da comunidade europeia, mas muitos outros já adquiriram, nomeadamente os árabes, mas também a Hungria. Os húngaros têm a Pfizer, Moderna, Sputnik V e a chinesa Sinopharm.

Israel É o país que está mais avançado a nível da vacinação da população: 50,07% dos seus habitantes recebeu as duas doses da vacina e 55,96% a primeira. A conquista deve-se ao facto de aceitarem pagar muito mais que os europeus, embora recentemente a Pfizer tenha recusado a entrega de uma encomenda por ainda não ter recebido o dinheiro. Quase 4,6 milhões de israelitas estão vacinado, num país com 9,2 milhões de habitantes.
ceuneves@dn.pt

Fonte: Diário de Noticias 

CEARÁ - RECEBE MAIS DE 170 MIL DOSES DE VACINAS CONTRA COVID-19 NESTA QUINTA (8)

 

Foto: Camila Lima/SVM/G1
O anúncio foi publicado nas redes sociais do governador Camilo Santana.
O Ceará recebe mais um lote de vacinas contra Covid-19 nesta quinta-feira (8), de acordo com o governador Camilo Santana (PT). Ao todo, são 170.450 doses divididas entre 91.250 da Astrazeneca/Oxford e 79.200 da CoronaVac.
"O Ceará recebe nesta quinta-feira 170.450 doses de vacinas contra a Covid, sendo 91.250 da AstraZeneca e 79.200 mil da CoronaVac, de acordo com documento enviado pelo Ministério da Saúde", revelou Camilo.
"Como temos feito sempre que os lotes chegam ao Ceará, distribuiremos imediatamente as vacinas à capital e ao interior para darmos continuidade à imunização dos cearenses", complementou o governador.
Confira os lotes de vacina entregues no Ceará:
1º lote: 229.200 mil doses da CoronaVac em 18 de janeiro
2º lote: 72.500 doses da Oxford/AstraZeneca 23 de janeiro
3º lote: 33.200 doses da CoronaVac em 25 de janeiro
4º lote: 115 mil doses da CoronaVac em 6 de fevereiro
5º lote: 80.500 doses da Oxford/AstraZeneca em 24 de fevereiro
6º lote: 49.200 doses da CoronaVac em 24 de fevereiro
7º lote: 115.600 doses da CoronaVac em 3 de março
8º lote: 109.800 doses da CoronaVac em 10 de março
9º lote: 187.400 doses da CoronaVac em 17 de março
10º lote: 162.600 doses da CoronaVac e 20.250 da Oxford/AstraZeneca em 20 de março
11º lote: 124.400 doses da CoronaVac e 33.700 da Oxford/Astrazeneca em 26 de março
12º lote: 344.000 doses da CoronaVac e 27.750 da Oxford/Astrazeneca em 1º de abril
Por G1 CE
https://g1.globo.com/ce/ceara/noticia/2021/04/07/ceara-recebe-mais-de-170-mil-doses-de-vacina-contra-covid-19-nesta-quinta-8.ghtml

Fonte: G1 CE

quarta-feira, 7 de abril de 2021

Pelo menos 90% das pessoas em lares e cuidados continuados vacinados com 1.ª dose

Pelo menos 90% das pessoas residentes nos lares de idosos e nas unidades de cuidados continuados já receberam a primeira dose da vacina contra a covid-19, revela o último relatório do estado de emergência.

        A vacinação dos idosos ainda tem muitas falhas 

© PAULO NOVAIS/LUSA


 

"Por referência a essa mesma data [14 de março], nos estabelecimentos residenciais para idosos (ERPI) e na rede nacional de cuidados continuados integrados (RNCCI), 90% do universo de pessoas elegíveis para vacinação até então, já havia recebido, pelo menos, a primeira dose da vacina", refere o documento do Governo e entregue na Assembleia da República.

O documento, referente ao período de 2 a 16 de março, esclarece que o relatório do anterior estado de emergência fazia referência a uma cobertura vacinal de 100% das pessoas a vacinar em ERPI e RNCCI, em relação à primeira dose. No entanto, não estavam incluídos naquele universo os estabelecimentos afetados por surtos de covid-19 que não reuniam critério para vacinação, bem como 30 lares de idosos não licenciados.

O relatório realizado pela Estrutura de Monitorização do Estado de Emergência, coordenada pelo ministro da Administração Interna, Eduardo Cabrita, dá também conta que, na primeira quinzena de março e com as aulas em regime não presencial, foram servidas, em média, cerca de 45 000 refeições diárias a alunos beneficiários de Ação Social Escolar.

O documento sublinha que a média diária de alunos a frequentar presencialmente a escola continuou a subir naquele período, tendo rondado os 18 730 alunos, cerca de 7 300 dos quais eram filhos de trabalhadores essenciais, 6 700 para quem o ensino à distância se revelou ineficaz e 4 700 alunos que necessitam de terapias ou medidas adicionais.

No capítulo dedicado à caracterização da situação económica, o relatório refere que, entre 2 e 16 de março, os níveis de procura interna demonstram "uma aceleração ligeira", mas sem valores significativos, que não deixam "de ser um dado positivo, precisamente por ser uma indicação da aceleração a esperar no período de pós-confinamento".

O documento, que é feito quinzenalmente pelo Governo, salienta ainda "a tendência fortemente decrescente de novos casos de infeção por SARS-CoV-2", que se faz notar desde final de janeiro, bem como da "diminuição expressiva" do número de internamentos hospitalares, nomeadamente em unidades de cuidados intensivos.

Fonte: Diário de Noticias

https://www.dn.pt/sociedade/pelo-menos-90-das-pessoas-em-lares-e-cuidados-continuados-vacinados-com-1-dose-13542737.html

Nova variante do coronavírus com 18 mutações é identificada em Belo Horizonte

Dois genomas de Sars-CoV-2, de um total de 85 sequenciados, identificaram a presença das mutações

Legenda: Os genomas foram identificados nas amostras coletadas nos dias 27 e 28 de fevereiro de 2021
Foto: NIAID

 Uma nova variante do coronavírus, com pelo menos 18 mutações, foi identificada em Belo Horizonte e Região Metropolitana de Minas Gerais. As informações são do portal G1. 

Dois genomas de  Sars-CoV-2, de um total de 85 sequenciados entre 28 de outubro de 2020 e 15 de março de 2021, identificaram a presença das mutações nunca vistas até então. 

Os genomas foram identificados nas amostras coletadas nos dias 27 e 28 de fevereiro de 2021. E não há evidências de ligação entre elas, como parentesco ou região residencial dos contaminados.

A descoberta foi do Laboratório de Biologia Integrativa do Instituto de Ciências Biológicas da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e do Setor de Pesquisa e Desenvolvimento do Grupo Pardini, em colaboração com o Laboratório de Virologia Molecular da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e a Prefeitura de Belo Horizonte.

Estudos genéticos mostraram que os dois novos genomas são provavelmente oriundos da antiga linhagem B.1.1.28, circulante na primeira fase da pandemia na capital mineira, e apresentam mutações em diversas partes.

Fonte: Diário do Nordeste

https://draft.blogger.com/blog/post/edit/4484846985596665980/4121846413794728129

Apenas 4 municípios cearenses ainda não cumpriram meta e têm doses de vacinas contra Covid retidas

                              


Mais nove municípios do Ceará confirmaram a meta de 85% de aplicação de primeiras doses da vacina contra Covid-19 e tiveram novas doses liberadas. A lista de pendentes, que inicialmente tinha 37 cidades, agora conta com somente quatro.

No momento, 180 municípios cearenses já tem a meta do primeiro esquema de imunização cumprida.

Retenção de envio de doses foi determinada em decisão judicial do Tribunal Regional Federal da 5ª Região (TRF-5) e é cumprida pela Secretaria da Saúde do Ceará (Sesa).

A pasta estadual atualizou listagem de cumprimento de metas de imunização na noite desta terça-feira (6). Nessa segunda-feira (5), 24 municípios haviam avançado e tido doses liberadas. 

MUNICÍPIOS QUE ATINGIRAM A META NESTA TERÇA-FEIRA (06/04)

  • Altaneira
  • Araripe
  • Iracema
  • Morrinhos
  • Parambu
  • Pedra Branca
  • Potengi
  • Quiterianópolis
  • Salitre
  • VEJA OS MUNICÍPIOS COM DOSE AINDA RETIDAS
  • Coreaú
  • Tarrafas
  • Trairi
  • Tururu

META 

A Sesa informou nesta segunda (5) que "qualquer inconsistência nos dados deve ser solicitada correção pelas vigilâncias municipais junto à Célula de Imunização da Sesa (CEMUN)".

"Reforçamos que a meta estipulada não se trata de meta populacional, e sim do desempenho velocidade em relação a entrega e a aplicação", pontua a pasta.

Diário do Nordeste


segunda-feira, 5 de abril de 2021

Morre o radialista e apresentador de TV Will Nogueira após 17 dias internado por Covid-19

Nogueira trabalhou durante 36 anos no SVM, período em que dirigiu a Rádio FM 93 e esteve à frente de programas na TV Diário

Legenda: Will Nogueira ficou conhecido no Nordeste por apresentação do programa Sábado Alegre, na TV Diário
Foto: Bruno Gomes/SVM (Maio de 2014)


 Morreu, na manhã desta segunda-feira (5), o radialista e apresentador de TV cearense Will Nogueira, aos 69 anos, após complicações da Covid-19. Em entrevista ao Diário do Nordeste, Eduardo Nogueira, irmão do comunicador, disse que ele ficou internado 17 dias. "Ele estava bem, mas na última semana apresentou uma piora da doença", declarou.

Ainda segundo Eduardo Nogueira, o apresentador chegou a ser intubado, mas não resistiu à doença. Ele estava recebendo cuidados no Hospital São Carlos, na Capital cearense.

Funcionário do Sistema Verdes Mares (SVM) durante 36 anos, Will chegou a dirigir a Rádio FM 93. Além disso, também fez carreira na televisão, atuando como apresentador dos programas "Sábado Alegre", na TV Diário, e no "Terral", na TV Ceará (ex-TV Educativa). 

O corpo de Will Nogueira é sepultado na tarde desta segunda-feira no Jardim Metropolitano. O comunicador deixa esposa e duas filhas. 

Sindicato dos Radialistas publicou nota de pesar em rede social
Legenda: Sindicato dos Radialistas publicou nota de pesar em rede social
Foto: Reprodução/Facebook

O radialista era formado em Ciências Econômicas pela Universidade Federal do Ceará (UFC), e iniciou a carreira no rádio ainda na década de 1970

Logo após aposentadoria da FM 93 em 2015, Nogueira passou a trabalhar como consultor em programação de Rádio e TV.

Com a morte de Will Nogueira, sobe para 36 número de radialistas mortos pela Covid-19 no Ceará. O número é do Sindicato dos Radialistas e Publicitários do Estado do Ceará.

HOMENAGENS NAS REDES SOCIAIS

No Facebook, o Sindicato dos Radialistas do Ceará lamentou o falecimento do profissional. "É com imenso pesar que a diretoria do Sindradioce informa o falecimento do comunicador Will Nogueira, ocorrido na manhã de hoje, 4 de março, em Fortaleza, vítima de Covid-19. Will estava internado em um hospital em Fortaleza e hoje perdeu à luta para o vírus".

O humorista cearense Tom Cavalcante também prestou homenagem ao apresentador Will Nogueira no Twitter. "Meu  primeiro diretor  na FM 93 de Fortaleza. Um profissional respeitado e querido pelo mercado nacional e artistas. Obrigado por tudo! Meus sentimentos à família e amigos. Difícil! Descanse e renasça em luz junto a Jesus".

Fonte: Diário do Nordeste

https://diariodonordeste.verdesmares.com.br/entretenimento/zoeira/morre-o-radialista-e-apresentador-de-tv-will-nogueira-apos-17-dias-internado-por-covid-19-1.3069250


"Não podemos voltar a fechar", dizem empresários da hotelaria, espetáculos e comércio

No arranque da segunda fase de desconfinamento, empresários apontam o dedo aos apoios e pedem que o oxigénio que tem sido dado às empresas não seja retirado assim que comecem os sinais da retoma.

 Miguel Garcia, Álvaro Covões e Miguel Pina Martins, com Joana Petiz, após o debate sobre a segunda fase do desconfinamento.

© Leonardo Negrão/Global Media


Odia 5 de abril de 2021 marca o regresso de muitos portugueses às esplanadas. Depois de quase dois meses de confinamento quase geral, muitas atividades económicas abrem timidamente as portas. Miguel Garcia, Álvaro Covões e Miguel Pina Martins são gestores em três dos setores mais afetados pela pandemia e confinamentos: hotelaria, espetáculos e comércio. Os empresários alertaram, durante debate promovido pela Global Media Group (donos do DN, JN, TSF e Dinheiro Vivo), que o País não pode voltar a confinar, sob pena da economia não aguentar. Além disso, pedem que os apoios não terminem assim que a retoma der os primeiros passos.

"Faz exatamente 13 meses que estamos em pandemia. É a segunda Páscoa confinada que atravessamos. Estamos no caminho certo para conseguir começar a verdadeira recuperação a partir do verão", começou por defender Miguel Garcia, diretor Regional de Operações da Minor Hotels para os Urban Hotels Portugal. "Depende de muitos fatores termos recuperação, e consistente, depois do verão, para que a retoma comece e para que não voltemos a fechar. Grande parte desses ingredientes passa pela vacinação e com dar muita forma à imagem Portugal e recuperá-la a 100% depois do que passámos em janeiro e fevereiro, que foi muita mau", acrescentou.

Álvaro Covões é há muito um dos rostos dos espetáculos e festivais de música em Portugal. Líder da empresa Everything is New, criadora do NOS Alive, e dirigente da Associação de Promotores de Espetáculos, Festivais e Eventos, o gestor partilha da ideia de que "não podemos voltar atrás". E o que o mundo do espetáculo atravessa "tempos indescritíveis".

"A importância dos eventos teste vai para além da cultura. O nosso objetivo é trazer para o nosso setor uma possibilidade de podermos trabalhar de uma forma mais alargada do que as regras atuais permitem. O que se pretende com os eventos pilotos é conseguir estudos médicos para dar certeza as autoridades de saúde que, se as pessoas entrarem num evento testadas negativas - tal como na aviação -, se será possível ter mais gente e mais proximidade para garantir trabalho para uma atividade económica que está muito afetada", disse.

Notando que estes eventos-teste podem ser um instrumento usado por outros setores, como o turismo, Álvaro Covões sublinha também que o preço dos testes rápidos tem vindo a descer, o que facilita que, cada vez mais, mais pessoas sejam testadas. "É importante todos nos mentalizarmos que é fundamental usar a máscara. Não podemos voltar a confinar porque isto é uma desgraça. Para os espetáculos, é pior o abre e fecha".

Apoios

Desde o início da pandemia foram lançados apoios às empresas e ao emprego. Dois desses apoios foram o lay-off simplificado e as moratórias. Miguel Pina Martins, empresário e líder da Associação de Marcas de Retalho e Restauração (AMRR), defendeu que "as lojas são locais seguros". Mas como não são peritos nas questões sanitárias, diz, terem de compreender e aceitar as regras estabelecidas, mas "aquilo que é mais difícil de compreender é a falta de medidas de apoio para este fecho. O que costumo dizer é que estamos a ser expropriados", mas sem direito a indemnização.

O líder da AMRR explica que a associação tem vindo a pedir várias medidas de apoio "muitas delas sem custos para o contribuinte. A questão das moratórias das rendas e do crédito. As empresas do comércio e restauração já estão a pagar juros apesar de estarem fechados". "Nós tivemos, nos últimos 12 meses, praticamente seis meses fechados. E quando estivemos abertos, estivemos com limitações grandes. Os apoios que consideramos de forma muito importante, não se estão a repetir, como é o caso das moratórias", acrescentou.

As moratórias públicas, lançadas pelo governo, terminam em setembro para as famílias e empresas. Miguel Pina Martins, durante a sua intervenção, sustentou ainda que "a moratória que estamos a pedir, enquanto comércio, é até setembro. E essas estão aprovadas que é a questão do juro até setembro. Neste momento foi aprovado na generalidade na Assembleia da República uma proposta para prolongar todas até setembro. O que pedimos é que o que estão encerrados possam ter acesso a essa moratória".

Ainda sobre estes diferimentos de pagamentos que duram até setembro, Álvaro Covões salientou que "Portugal não vai ter a extensão das moratórias porque foi talvez dos países da Europa que menos apoio deu às empresas. O Conselho Europeu não consegue perceber porque é que nós pedimos a extensão das moratórias porque existia, e estava à disposição dos governos, ter mais défice e endividar e apoiar as empresas".

Por outro lado, Miguel Pina Martins considerou ainda que o programa Apoiar e o Apoiar Rendas são "positivos" mas têm uma "série de entraves que acabam por limitar as empresas que podem concorrer".

Retoma económica

Os cafés e restaurantes com serviços de esplanada podem reabrir a partir desta segunda-feira embora com limitações. É um primeiro passo, mas a recuperação da economia ainda não está aí. Os hotéis, tanto no primeiro confinamento como neste, não foram obrigados a fechar. A falta de procura ditou o fecho de portas e muitos assim continuam.

O grupo Minor tem 16 hotéis em Portugal, estando apenas três abertos neste momento. "Hoje vamos abrir outro no Algarve. Vamos abrir depois outro em breve. Diria que temos uma grande oportunidade de imagem que é a Moto GP e a F1 em meados de abril e maio, que vão ser duas alavancas muito importantes do ponto de vista de imagem para o nosso país e que temos de capitalizar ao máximo para que o verão venha, e com força e segurança, para que daí para a frente seja só recuperação e não haja de novo confinamento e retrocessos", defende Miguel Garcia. O gestor acredita que é possível uma retoma até setembro e não tem dúvidas que os "apoios são fundamentais para esta recuperação. Os hotéis não foram obrigados a fechar mas fomos estrangulados para fechar. Dependemos dois terços do nosso negócio vem de fora".

Com passos tímidos no caminho da retoma e consequente recuperação económica, os empresários consideram também que, aos primeiros sinais, o oxigénio que os apoios públicos têm dado não pode ser desligado. Questionado se, para o comércio, é mais importante ter apoios nesta altura, em que ainda estão fechados ou com possibilidade de venda mas com restrições elevadas, ou na reabertura, Miguel Pina Martins não esconde que os apoios têm de continuar.

"Agora é chave porque precisávamos de sobreviver. Precisamos de pagar às pessoas e não há tesouraria. Era importante que o lay-off simplificado que no ano passado durou um pouco mais que o fecho [dos estabelecimentos] porque as pessoas estavam com restrições de horários e o lay-off simplificado permite gerir muito mais facilmente as questões das restrições horários e apelamos que dure para além do dia 18 de abril, no caso das lojas que passam a abrir nessa altura".

Aveiro e Braga com esplanadas animadas

Com a Primavera nos seus primeiros dias, e com temperaturas amenas, muitos portugueses ansiavam por poder sair de casa. Esta segunda-feira almoçar ou jantar numa esplanada é possível e muitos não terão perdido tempo. Sofia Pinho e Melo é sócia-gerente de uma esplanada no Cais da Fonte Nova, ao lado da ria de Aveiro. Contou, em direto, que este último ano foi "um turbilhão de emoções". A empresária inaugurou o seu negócio cerca de um mês antes da chegada da pandemia, com cinco funcionários, "as pessoas que achávamos que precisávamos". Mas a pandemia trocou-lhe as voltas e "os contratos terminaram e não conseguimos renovar todos por causa da pandemia". Tratando-se este espaço de uma concessão municipal, Sofia Pinho e Melo não tem dúvidas que apoio municipal, que se refletiu na renda, "foi fundamental para conseguirmos sobreviver".

Com a esplanada cheia, a empresária confessou que tinha "algumas expectativas" e que contava com muitas reservas quer para almoços, quer para jantar. Em Braga, o sol também convidou a passeios e Mário Pereira, gerente de um restaurante com esplanada, confessou que a manhã "estava a correr bem". O empresário conta com uma equipa de 15 pessoas e deixou um pedido: "que nos deixem trabalhar. Espero que tudo corra bem e não" haja necessidade de voltar atrás e aplicar mais restrições.

Fonte: Diário de Noticias

https://www.dn.pt/dinheiro/empresarios-da-hotelaria-espetaculos-e-comercio-alertam-nao-podemos-voltar-a-fechar-13535521.html