Os principais problemas relatados foram neuralgia e dor muscular em 5% dos casos e dificuldade para respirar em 3,5%, seguidos de hiperlipidemia, hipertensão, indisposição, ansiedade e problemas intestinais
Cerca de um quinto das pessoas que tiveram covid-19 de forma assintomática enfrentam problemas de saúde que não apresentavam antes da doença, aponta um estudo que analisou dados de 2 milhões de norte-americanos afetados pelo novo coronavírus.
A investigação é a maior já feita para estudar os efeitos da covid-19 a longo prazo, afirma a organização independente Fair Health, que recolheu informações das seguradoras de saúde e examinou dados de 1,96 milhão de pessoas que tiveram a doença entre fevereiro e dezembro de 2020.
"Embora muitos desses infetados tenham recuperado da covid-19 em poucas semanas, alguns apresentam sintomas novos ou persistentes mais de quatro semanas após o diagnóstico da doença", descreve o estudo.
Os principais problemas relatados foram neuralgia e dor muscular em 5% dos casos e dificuldade para respirar em 3,5%, seguidos de hiperlipidemia, hipertensão, indisposição, ansiedade e problemas intestinais.
Os doentes que já haviam experimentado esses sintomas antes da doença foram excluídos do estudo, bem como os que têm doenças que poderiam interferir nos resultados, como cancro, insuficiência renal, etc.
Pouco mais de 23% das pessoas infetadas foram atendidas com ao menos um desses problemas um mês ou mais depois de terem covid-19. Os casos mais graves da doença tinham mais possibilidades de apresentar problemas posteriores.
Quase 50% das pessoas internadas com covid-19 tiveram pelo menos um desses problemas, contra 27% das que experimentaram sintomas leves e 19% dos assintomáticos. Entre os pacientes que receberam alta, 0,45% morreram no espaço de 30 dias ou mais após a infeção. O risco de morte para estes foi 46 vezes maior do que para aqueles que não foram internados.
Os cientistas estudam os sintomas persistentes da doença, mas as causas "ainda são desconhecidas", assinala a Fair Health. "As hipóteses incluem uma resposta imunológica persistente, danos provocados pelo vírus que demoram a ser curados e a presença duradoura de um nível baixo do vírus", acrescenta o estudo.
Fonte: Diário de Noticias
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