quinta-feira, 22 de julho de 2021

Padre Cícero passou por pandemia; 10 curiosidades de Juazeiro do Norte em 110 anos de história

Município mais populoso do interior do Ceará, com cerca de 274 mil habitantes, a cidade comemora neste feriado local a sua emancipação



Legenda: Estátua de Padre Cícero, na colina do horto, recebe em média 2,5 milhão de pessoas por ano
Foto: Kid Jr

Município mais populoso do interior do Ceará, com cerca de 274 mil habitantes, Juazeiro do Norte completa 110 anos de emancipação política, nesta quinta-feira (22).

Conhecida pelo lema da “oração e trabalho”, a terra do Padre Cícero cresceu rapidamente, se tornando um dos principais destinos do turismo religioso brasileiro, atraindo aproximadamente 2,5 milhões de pessoas, por ano, com as tradicionais romarias. 

Hoje, o Diário do Nordeste lista, com base em livros, jornais e historiadores, 10 curiosidades para celebrar a emancipação da cidade:  

1. PADRE CÍCERO LIDOU COM PANDEMIA E CUMPRIU ISOLAMENTO SOCIAL  

“Estaremos no começo do fim?”, disse Padre Cícero, em carta escrita no dia 30 de outubro de 1918, durante a pandemia da gripe espanhola.

Aos 76 anos, o sacerdote compartilhava com seu amigo, o padre Frederico, no Rio de Janeiro, a angústia de contrair a doença que havia, há pouco tempo, chegado ao Cariri.

A pesquisa realizada pela historiadora Fátima Pinho vai além: o sacerdote adotou o isolamento social para conter a propagação da doença.  

Na mesma carta, o fundador de Juazeiro do Norte confessava: “a influenza espanhola também me vitimou. Estou em convalescênça em nossa casa no horto, no sítio, uma légua e meia da cidade de Juazeiro. Desde Fortaleza, aqui, em todo Estado e nos estados vizinhos, (estamos) cobertos desse flagelo”. 

Legenda: Juazeiro do Norte é a maior cidade do Interior cearense
Foto: Anderson Duarte/Prefeitura de Juazeiro do Norte

2. MOVIMENTO DE EMANCIPAÇÃO FRACASSOU  

Antes de 22 de julho de 1911, Juazeiro do Norte teve outros movimentos emancipacionistas, mas que fracassaram. Na época do primeiro, em 1907, o distrito era formado por dois grupos: os naturais da terra, e os adventícios, romeiros que fixaram moradia no povoado.

E logo se tornaram rivais. Isso aconteceu, antes de tudo, pela questão religiosa, pois quando Roma condenou o milagre, os ricos fazendeiros nativos passaram a descrer no evento. Segundo, porque  os comerciantes de fora eram mais bem-sucedidos que os nascidos aqui.  

O major João Bezerra de Meneses, fazendeiro e descendente da família de Juazeiro, convocou o movimento pela separação de Crato, mas o conflito entre os grupos, acabou não tendo tanta adesão.

“Apenas em 1909 com a participação do Padre Cícero na campanha, a fundação do jornal O Rebate e as alianças formadas com Floro Bartolomeu e o padre Alencar Peixoto, a campanha emancipacionista de Juazeiro ganharia outro status, unindo os dois Juazeiros em prol da sua independência”, explica o jornalista e pesquisador Cícero Dantas.  

Legenda: Estátua de Padre Cícero, na colina do horto, recebe em média 2,5 milhão de pessoas por ano
Foto: Kid Jr

3. ESTÁTUA DO PADRE CÍCERO SERIA MENOR  

Após o prefeito Mauro Sampaio conceber a ideia de erguer uma estátua do Padre Cícero em 1967 — ela seria inaugurada no dia 1º de novembro de 1969 —, o jornalista e escritor Aldemir Sobreira, falecido há cinco anos, narrou que, a princípio, o monumento teria sete metros de altura, fora a base. Porém, o artista plástico Armando Lacerda, responsável pela obra, optou por construí-la com 12 metros. 

Ao logo do processo, ela sofreria uma nova mudança: no galpão foi montado no armazém de uma antiga usina de algodão, na esquina das ruas São Paulo e São Francisco, durante a modelagem, o próprio escultor decidiu ser mais ousado e aumentou o tamanho da estátua para 17 metros.

Os cálculos pelos engenheiros foram feitos e a proposta foi aprovada. Ao todo, a escultura soma 27 metros com a base, sendo o terceiro maior monumento religioso do Ceará.  

4. ESTÁTUA EM TAMANHO REAL ERA CULTUADA  

Antes da inauguração do monumento conhecido na Colina do Horto, foi a estátua em tamanho real do Padre Cícero, feita pelo escultor italiano Agostinho Balmes Odísio, no Largo da Capela do Socorro, que atraía as maiores atenções de romeiros que visitavam Juazeiro do Norte. Colorida e muito semelhante ao sacerdote, ela impressionava os devotos.

“Ela foi, por muito tempo, foi e ainda é, alvo de muitas devoções”, conta a professora e historiadora Amanda Teixeira. Ainda hoje não se sabe quem encomendou e quando foi inaugurada, mas isso aconteceu entre 1934 e 1940.

5. OUTRA ESCULTURA PASSA DESPERCEBIDA  

Diferentemente das duas primeiras, há uma estátua feita de bronze do Padre Cícero, inaugurada em 1925, erguida no centro da praça Almirante Alexandrino - atual Padre Cícero, que chega a passar despercebida pelos romeiros. 

A obra foi encomendada pelo amigo do sacerdote, o médico e político Floro Bartolomeu, para destruir os discursos de cidade atrasada e fanática que os jornais traziam sobre Juazeiro do Norte.  

Como um marco cívico, símbolo do progresso, a escultura não traz o sacerdote como “santo popular”, mas o “homem político”, com o “padim” vestido com uma toga romana, debaixo do sol, sem proteção. Nela, não são deixados sinais de promessas como fitas coloridas ou ex-votos, e é muito raro ser alvo de oração. 

Legenda: A estátua de bronze foi inaugurada em 1925 e está erguida no Centro da cidad e
Foto: Antonio Rodrigues

6. MARCO ZERO NÃO TEM IDENTIFICAÇÃO 

O batismo da cidade naturalmente vem em homenagem ao juazeiro, árvore típica do Semiárido brasileiro. Segundo Lira Neto, antes mesmo da chegada de “padrinho”, o povoado rememorava três velhos pés de juá que emprestavam a sombra de suas copas para tropeiros e mercadores descansarem.  

Em 2009, um grupo de pesquisadores identificou o local exato destes pés juazeiros, que deram nome ao Município. De acordo com o pesquisador Daniel Walker, já falecido, ele está sob a Praça Beata Maria de Araújo, em frente à Basílica Menor de Nossa Senhora das Dores.

No entanto, por lá não há nenhuma indicação de onde ficavam as árvores. Há quatro anos, houve a reforma do espaço que incluía a construção de um obelisco, marcando o ponto exato das árvores, mas a iniciativa não foi adiante.  

7. UM SANTUÁRIO MÍSTICO 

Um dos locais mais visitados pelos romeiros é, sem dúvidas, o Santuário de São Francisco, inaugurado em 1956. Inspirado nos edifícios lombardos do século VII e todas suas imagens vieram da Itália. A principal do santo que fica no centro da Praça das Almas, veio de Milão. Ela é toda feita de bronze, pesa uma tonelada e tem quatro metros de altura. O curioso é que para ser confeccionado, o monumento foi fruto de uma curiosa campanha.  

Legenda: Estátua de São Francisco que veio de Milão
Foto: Antonio Rodrigues

Segundo o frei Raimundo Barbosa, a matéria-prima para a estátua foi conseguida após a doação de vários donos de túmulos. Crucifixos, jarras, letras, o que fosse de bronze foi recolhido, derretido e fundido. Da forma, foram-se duas imagens, que se mantém no centro da chamada “Praça das Almas”, e a outra em Milão.  

Inspirada na Praça de São Pedro, do Vaticano, o Santuário também com 224 colunas que suspendem o “passeio das almas”, que circula a Igreja. Nela, há inscrição de pessoas e famílias que ajudaram a erguer o templo. Dentro dele, da mesma forma os nomes cobrem o forro. 

Na época, as partes do templo eram “vendidas”. Uma coluna menor, de um total de 28, custava cerca de 4 mil cruzeiros. Cinco janelas com vitrais custavam 20 mil e assim por diante. Os mais pobres traziam madeira, tijolos, pedras ou compravam coletivamente.

Foto: Antonio Rodrigues

8. MILAGRE MODERNO  

Antes da inauguração do Museu Vivo do Padre Cícero, a Casa dos Milagres, criada dois anos após a morte do santo popular, era o principal destino de ex-votos.

Com o falecimento do fundador de Juazeiro do Norte, aumentou a quantidade de promessas e graças alcançadas no Município. Por isso, não havia um local adequado para o depósito, já que a Diocese não permitia a veneração do “padim”, que teve suas ordens suspensas após o “Milagre da Hóstia”.

Legenda: Imagem de Nossa Senhora das Dores "sobreviveu" a incêndio
Foto: Elizângela Santos

Os romeiros ignoravam. Foi quando o imóvel, na Travessa Maria Gonçalves, no largo da Capela do Socorro, foi destinado para receber os objetos de fé dos romeiros.

Porém, em agosto de 2013, um incêndio consumiu todo o local, destruindo completamente o acervo, que possuída quadros e esculturas de madeira deixadas pelos romeiros.

Segundo o Corpo de Bombeiros, o fogo pode ter sido provocado por uma vela deixada no local. O importante, porém, é que uma peça sobreviveu às chamas: uma imagem de Nossa Senhora das Dores, padroeira da cidade. O fenômeno foi suficiente para ser lembrado pelos devotos, que consideram o local místico. 

9. CIDADE QUE PULSA A CULTURA 

A chegada de romeiros de várias partes do Nordeste desde o final do século XIX, tornou Juazeiro do Norte um caldeirão cultural.

A influência faz colorir a cidade que reúne cerca de 45 grupos de tradição popular, entre lapinhas, guerreiro, maneiro-pau, coco, mamulengo, banda cabaçal e bacamarteiros. A Secretaria de Cultura do Estado, recentemente, catalogou 22 grupos de reisados espalhados pela cidade.

Legenda: Mestre bacamarteiro, Nena se considera um "homem de cultura e agricultura"
Foto: Jr Panela

10. BOICOTE AO CRATO 

Cerca de um ano antes da emancipação, no dia 30 de julho de 1901, os líderes do movimento emancipacionista, o médico Floro Bartolomeu e o padre Alencar Peixoto, através do jornal O Rebate, convocavam a população a deixarem de pagar impostos municipais ao Crato. Além disso, os juazeirenses se negaram a ir trabalhar e visitar a cidade vizinha. 

Antes daquela data, o coronel Antônio Luiz, então prefeito do Crato, já havia negado a independência do distrito por duas vezes. “A emancipação traria prejuízos à cidade do Crato, perdendo terras e uma boa fonte de impostos que ajudava no progresso da cidade”, explica Cícero Dantas. 

O jornalista e escritor Lira Neto, na biografia do Padre Cícero, conta que um acordo entre as lideranças selou a emancipação com os seguintes pontos: os limites da nova cidade seriam traçados em comum acordo entre os chefes políticos das duas localidades, Juazeiro honraria o pagamento dos impostos atrasados e o fim da guerra editorial entre os jornais O Rebate e Correio do Cariri.  

Fonte: Diário do Nordeste

https://diariodonordeste.verdesmares.com.br/regiao/padre-cicero-passou-por-pandemia-veja-curiosidades-de-juazeiro-do-norte-em-110-anos-1.3113024

Irmão de prefeito envia áudio sobre 'rachadinha', não consegue apagar e gera operação policial

Entre os crimes apurados estão ainda peculato, lavagem de dinheiro e associação criminosa



Legenda: Ao todo, 25 policiais civis cumprem os mandados de busca e apreensão
Foto: Divulgação/PCCE

Pelo menos sete mandados de busca e apreensão estão sendo cumpridos na manhã desta quinta-feira (22) em Campos Sales e Salitre, na Região dos Inhamuns, onde a Polícia Civil do Ceará (PCCE) apura um suposto esquema de "rachadinha" nesta última cidade.

Operação Dimidium, que em latim significa metade, investiga crimes de peculato, lavagem de dinheiro e associação criminosa em um "possível" desvio de salários de "pessoas contratadas na Prefeitura Municipal de Salitre", informou em nota a Polícia Civil. 

Os alvos da ação ainda não tiveram a identificação revelada. No entanto, a PCCE disse que iniciou a investigação ainda fevereiro deste ano após o vazamento de um áudio em que o irmão do atual prefeito "explana como organizou a suposta prática criminosa". À época, ele era diretor do Departamento de Pessoal e foi exonerado. 

rachadinha em salitre
Legenda: Operação teve início ainda nas primeiras horas desta quinta-feira (22)
Foto: Divulgação/PCCE

"No total,  25 policiais civis participam da ofensiva policial, que é coordenada pelo Núcleo de Repressão à Lavagem de Dinheiro e Combate à Corrupção (NRLD), vinculado ao Departamento de Recuperação de Ativos (DRA)", complementou. 

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PREFEITURA COLABORA COM INVESTIGAÇÕES

A prefeitura de Salite informou, em nota de esclarecimento, que o atual prefeito não é alvo de nenhuma investigação, e que a gestão atual vem trabalhando no firme cumprimento de deveres legais e promovendo uma administração pautada na probidade e transparência.

Por meio do Secretário de Administração, Finanças e Governo, o município informou ter "havido plena colaboração dos servidores em fornecer os documentos requeridos pela autoridade policial, uma vez que inexiste por parte desta Administração o intuito de omitir quaisquer fatos ou informações constantes de nossos setores".

Outras informações com os desdobramentos da Operação Dimidium serão divulgadas ao longo do dia pela PCCE. 

Fonte: Diário do Nordeste

https://diariodonordeste.verdesmares.com.br/seguranca/policia-civil-investiga-suposto-esquema-de-rachadinha-em-salitre-no-ceara-1.3112912

sexta-feira, 16 de julho de 2021

Mortes caem 80% em um mês, mas Ceará registra 2 mil óbitos a mais de Covid-19 em 2021 do que em 2020

O avanço no processo de imunização é fundamental para o controle a longo prazo da pandemia, relata especialista



Legenda: Segunda onda de casos foi pior do que a primeira, gerando mais infecções e mortes.

Foto: Thiago Gadelha 

Apesar de registrar redução de 80% dos óbitos por covid-19 no último mês, o Ceará já soma 2.104 mortes a mais da doença em 2021 do que em 2020. Até esta sexta-feira (16), foram registrados 12.648 falecimentos decorrentes da Sars-Cov-2 nesse ano. O número foi de 10.544 no ano anterior. As informações são do IntegraSUS, portal de transparência da Secretaria da Saúde (Sesa).

Além disso, as infecções confirmadas pelo coronavírus no Estado também aumentaram no período, passando de 353.325 em 2020 para 554.157 em 2021, um acréscimo equivalente a 56,83%. A situação foi semelhante em Fortaleza, onde os casos foram de 89.157 no ano passado para 163.185 nesse ano (83,03%).

A capital teve ainda a ampliação do número de falecimentos: 4.453 aconteceram em 2020 e 4.921 em 2021. No entanto, desde a semana epidemiológica 19 - entre 9 a 15 de maio desse ano -, tanto Fortaleza quanto o Ceará apresentaram declínio da curva pandêmica.

Segundo a epidemiologista, pesquisadora e professora da Universidade Estadual do Ceará (Uece), Thereza Magalhães, vários fatores estão associados ao aumento de casos e óbitos nesse ano em comparação ao ano anterior.

“A segunda onda foi maior do que a primeira e o pico dela foi esse ano. [Além disso], os casos da segunda onda se espalharam mais, [principalmente] no interior e lá a estrutura é mais precária. As pessoas talvez tenham circulado mais esse ano também, e o pico da curva do interior e da capital foi muito próximo, gerando maior fila por UTI”, detalha.

Quando se tem uma pandemia, o efeito dos casos nos outros lugares também repercute no nosso lugar, pois não vivemos isolados no mundo. Na segunda onda, a doença já tinha se espalhado e o efeito de controle pela vacina ainda era muito pequeno, porque o percentual de vacinados ainda era muito baixo”
THEREZA MAGALHÃES
Epidemiologista e professora da Uece

PROPORCIONALIDADE DE CASOS E ÓBITOS

Nesta conjuntura, a infectologista do Hospital São José (HSJ), Melissa Medeiros, reitera que, de fato, houve mais mortes esse ano devido à proporcionalidade de casos. “Foi proporcional porque o número de casos, realmente, ultrapassou e muito esse ano, quase mais que o dobro, então, em número absoluto, o número de mortes seria maior”.

A médica relata também que essa segunda onda refletiu um padrão já visto em outras pandemias, como a da influenza, onde o segundo pico foi maior do que o primeiro. “Possivelmente pela adaptação do vírus, a gente viu que as variantes tinham uma taxa de transmissibilidade muito maior”.

“Uma diferença na evolução da doença, na primeira onda a gente sabia que, em torno de oito a dez dias, você tinha o período inflamatório e nessa segunda a gente percebeu que ele se arrastava um pouco, às vezes no 12º ao 14º dia a gente via uma evolução para complicação”, continua Medeiros.

VACINÔMETRO NO CEARÁ | COVID-19

OS CUIDADOS SÃO NECESSÁRIOS

Além disso, a epidemiologista Thereza Magalhães destaca que, com o controle após a primeira onda, a população relaxou mais nos cuidados de prevenção viral. “Várias pessoas tiveram a sensação de que o problema estava resolvido e juntando isso com a presença de variantes, teve-se o cenário ideal para mais casos e óbitos”.

Conforme destaca, a sociedade tinha ainda a falsa ideia de que “a Covid-19 seria uma doença que mataria os idosos, [assim] aumentou o número de mortes em pessoas mais jovens”, mudando o cenário visto até então na primeira onda.

Neste sentido, a professora da Uece considera que o Estado deve continuar investindo para alcançar um maior percentual de vacinados do que de suscetíveis, visto que a possibilidade do surgimento de novas variantes, ainda mais agressivas, podem ocasionar uma terceira onda pandêmica, mesmo que mais amena.

“Continuar seguindo as medidas de proteção viral tem importância fundamental, faremos isso ainda por um bom tempo, vacinados ou não, porque vacinação e pandemia têm efeitos coletivos, então essas medidas continuarão nos acompanhando”, esclarece.

CAMPANHA DE VACINAÇÃO

Até quarta-feira (14), de acordo com a Secretaria da Saúde, o Ceará aplicou 4.992.922 doses dos imunizantes contra a covid-19. Destes, 3.602.679 foram destinados à D1, 1.253.007 à D2 e 137.236 à dose única. Em Fortaleza, até quinta-feira (15), 1.296.642 vacinas foram aplicadas na primeira dose, 431.890 na segunda e 25.672 na dose única. Os dados são da Prefeitura Municipal.

COVID-19 NO CEARÁ

Segundo o IntegraSUS, o Estado conta com 907.496 casos confirmados de Sars-Cov-2 e 23.192 óbitos até sexta-feira (16). As cidades com maiores incidências por 100 mil habitantes são Moraújo (21.996,8), Frecheirinha (20.977,8), Itaicaba (18.934,5), Acarape (18.675,1), Eusébio (17.949,2), Quixeré (17.481,6) e Redenção (17.340,7).


Fonte: Diário do Nordeste

https://diariodonordeste.verdesmares.com.br/metro/mortes-caem-80-em-um-mes-mas-ceara-registra-2-mil-obitos-a-mais-de-covid-19-em-2021-do-que-em-2020-1.3110715


"O que eles fizeram não foi de preparo de policial nenhum", diz vítima de ação em Hidrolândia

 


     


Raimundo Diogo Siqueira Neto, uma das vítimas da ação policial na cidade de Hidrolândia, na última sexta, (09), contou que por pouco o disparo não atingiu suas costas em um ponto específico da medula, o que poderia deixá-lo até paraplégico. Ele questionou a falta de preparo dos envolvidos em entrevista à Rádio O POVO/CBN, na manhã desta segunda-feira, 12. No momento, o cearense está com quadro estável de saúde, mas ainda hospitalizado.

Os disparos efetuados atingiram Diogo nas costas e no joelho. "Quando aconteceu o fato mesmo, nos deparamos com policiais, os tiros já estavam sendo efetuados. Não houve abordagem nenhuma: os faróis e a sirene estavam desligados. Quando percebi, já tínhamos passado por eles, e eles estavam alvejando o carro", relembra. "Foi questão de segundos. Parecia que eles já estavam esperando a gente. Não houve abordagem."

Diogo conta ainda que os policiais estavam afastados, e que ele e outras duas pessoas - dentre elas, uma criança de 10 anos - estavam brincando com bombinhas rasga lata em uma praça da Cidade. "Quando fomos ver que era a Polícia, consegui ainda olhar, pois estava no banco de trás. Eu já estava baleado quando consegui olhar. A criança já estava do meu lado, caída, gritando 'Eu tô ferido, eu tô ferido'".

Ele relembra que chegou a pedir ao amigo para acelerar o carro, como tentativa de fuga dos disparos. "Os dois [policiais] estavam do lado de fora, com a porta aberta, só atirando. Foi fração de segundos mesmo", relembra. "Quando esse meu amigo acelerou o carro, paramos em uma esquina. A gente saiu do carro, falamos ainda com o motorista, o olho dele estava estourado", relembra Diogo, que percorreu com o carro junto com as outras duas vítimas até uma avenida próxima da região.

"Quando eles chegaram perto da gente, já no final de uma padaria, foi onde abaixei o vidro do carro e pedi, com a mão, para eles não atirarem. Para não acontecer mais nada: não estávamos armados, não estávamos fazendo nada."

Conforme Diogo, os policiais só perceberam o que fizeram quando os dois homens conseguiram sair do carro. "Eu dei sinal para eles não atirarem, para não fazerem mais nada. Eu abri a porta e saí caxingando". Em certa hora, Diogo diz que os policiais o trataram com grosseria, chamando-os de "loucos". 

Agora, a vítima espera que a justiça seja feita: "O que eles fizeram não foi de preparo policial nenhum". O homem de 22 anos estava estudando, inclusive, para realizar um concurso público na área da segurança. Entretanto, pretende rever sua dedicação após o caso. "Eu estava estudando, mas não sei se é isso mesmo que eu quero mais", lamenta.

Nesta manhã, o Ministério Público do Ceará (MPCE) anunciou a ingressão de um pedido de prisão preventiva dos dois policiais militares envolvidos na ação. A solicitação foi feita à Vara Única da Justiça Militar do Ceará por intermédio da Promotoria de Justiça Militar. No domingo, o governador Camilo Santana (PT) pediu rigor nas investigações. 

O Povo

sexta-feira, 9 de julho de 2021

Dois dias após ocorrer em Santa Quitéria, tremor de terra é registrado em Sobral

 


         


Um tremor de terra de magnitude 1.5 foi registrado na madrugada desta terça-feira (6) na cidade de Sobral, no interior do Ceará. O fenômeno foi registrado pelas estações sismográficas operadas pelo Laboratório Sismológico (LabSis) da Universidade Federal de Rio Grande do Norte. O tremor foi sentido no distrito de Jordão, ainda em Sobral, e também no município de Alcântaras.

Diversos moradores relataram terem ouvido um estrondo no momento do tremor de terra. O último evento registrado no estado do Ceará ocorreu no último domingo (4), em Santa Quitéria, com tremor de magnitude preliminar 2.0. Todas as informações sobre os eventos que ocorreram no Ceará foram repassadas para a Defesa Civil do estado.

O LabSis da UFRN informou que segue monitorando e divulgando toda atividade sísmica que ocorra no estado do Ceará e também na região Nordeste do país.

G1 - CE