terça-feira, 26 de abril de 2016

Especialista diz que projeto básico de ciclovia não previu força das ondas


Moacyr Duarte, engenheiro da Coppe, analisou projeto a pedido do RJTV.
Prefeitura do Rio diz que projeto básico é apenas conceitual.

Do G1 Rio
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O RJTV  teve acesso nesta segunda-feira (25) ao projeto básico completo de construção da ciclovia Tim Maia, na Avenida Niemeyer, em São Conrado. Ao analisar o documento, o engenheiro da Coppe-Ufrj, Moacyr Duarte, afirmou que a prefeitura do Rio não previu a possibilidade de ressacas. O acidente na quinta-feira (22) provocou a morte de pelo menos duas pessoas.
Segundo ele, não foi considerado em nenhum ponto a possibilidade do mar fazer um esforço de baixo para cima.  " A passarela tem uma estrutura construtiva semelhante a uma que cruza a avenida Ayrton Senna, na Barra da Tijuca, e a Avenida Brasil. Não foi bem as ressacas que eles ignoraram, eles ignoraram que a onda, a ressaca quando atinge, a linha da ressaca, quando ela atinge a costa, ela dissipa energia de forma diferentes, dependendo do ângulo da costa que você está considerando", disse.
Ainda de acordo com o engenheiro, o local da construção é complexo. "O estudo foi simplório e insuficiente. Devia ter mais detalhes, porque é um costão rochoso de inclinações variadas, onde as vagas, as ondas batendo, elas se comportam de maneira muito diferente. Faltou uma análise por seguimento do costão, para os vários sentidos da onda",  explicou.
Concremat e Prefeitura se defendem
O Consórcio Contemat/Concrejato disse que o objeto do contrato foi desenvolver o projeto executivo, a partir do projeto básico fornecido pela constratante, além de realizar as obras da ciclovia. O consórcio afirma que executou todos os requisitos técnicos previstos.

Segundo o consórcio, as obras dessa complexidade são orientadas por projeto básico, desenvolvido com estudos técnicos de viabilidade. Ainda segundo eles, a fiscalização das obras foi exercida pela contratante e que não foi apontada nenhuma irregularidade.
A prefeitura informou em nota, que a Secretaria Municipal de Obras disse que o projeto básico é apenas conceitual e serve como referência para o desenvolvimento do projeto executivo, que traça todo o detalhamento técnico para a execução da obra.
A prefeitura disse que no caso da ciclovia da Niemeyer, o projeto executivo foi desenvolvido pelo Consórcio Contemat/Concrejato, vencedor da licitação. O RJTV perguntou à prefeitura quem é o autor do projeto básico, mas até a publicação desta reportagem a resposta não foi encaminhada.
O consórcio Contemat/Concrejato também defendeu a qualidade dos materiais e da construção e anunciou a abertura de uma investigação interna, com consultores independentes. A nota do consórcio expressa repúdio a conclusões apressadas, tiradas por pessoas sem contato com os dados técnicos da obra.
A Associação dos Peritos Oficiais do Estado do Rio também emitiu nota nesta segunda-feira (25), questionando a perícia independente contratada pela prefeitura do Rio. Segundo a associação, a perícia criminal dever ser feita pela equipe do Instituto de Criminalística Carlos Éboli, como determina a lei.
E que uma eventual perícia independente deverá se limitar aos campo administrativo e cível. A associação manifestou ainda solidariedade às famílias das vítimas.
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