O presidente Eurico Miranda enviou um ofício à Federação de Basquete do Estado do Rio de Janeiro na última sexta-feira avisando que o Vasco da Gama não disputaria o terceiro jogo da final do Estadual de basquete do Rio de Janeiro caso ele ocorresse mesmo no ginásio do Tijuca Tênis Clube, local indicado pelo rival Flamengo, mandante do confronto. Nesta terça-feira, o dirigente mandou uma nova nota ao presidente da Fberj, Álvaro Lionides, batendo o pé sobre a posição vascaína. E ele cumpriu sua palavra. O time da Colina não compareceu ao local para o duelo, que começaria às 21h (de Brasília) e, por esse motivo, o Rubro-Negro foi declarado campeão estadual de 2016 por W.O. Trata-se da 44ª vez que a equipe da Gávea levanta esse caneco, a 12ª seguida. O adversário, por sua vez, já venceu 16 vezes, sendo que ficou nove anos afastado da competição.
O presidente do Vasco da Gama demonstrou estar preocupado com a segurança no ginásio do Tijuca, visto que, no primeiro duelo entre as duas equipes ainda pelo primeiro turno do Estadual, também com torcida única, houve briga entre torcedores rubro-negros nas arquibancadas, necessidade de intervenção da Polícia Militar e até mesmo uma paralisação da partida, que durou cerca de 15 minutos. Na ocasião, o time da Colina venceu pelo placar de 82 a 77.
– É uma situação muito atípica até porque nós nos preparamos para jogar. Essa equipe tem uma virtude muito grande de ter profissionais que sempre entram para vencer. É difícil falar do Vasco, não sabemos o dia a dia deles e, é claro, eles têm os argumentos deles. Toda decisão num clube é discutida. A gente se prepara para ser campeão e é isso que aconteceu. Não colocamos em prática o que treinamos e é claro que eu preferia ganhar jogando, mas estamos adicionando o 12º titulo consecutivo à nossa coleção – disse o técnico Neto.
Na última quinta-feira, flamenguistas de duas torcidas organizadas entraram em confronto nas ruas do bairro da Zona Norte após a vitória da equipe sobre a Liga Sorocabana, em jogo válido pelo NBB. A briga, desta vez, foi fora das instalações, mas só acabou depois da chegada da Polícia Militar e da detenção de 70 torcedores que, em um ônibus, foram levados à delegacia do bairro da Zona Norte.
Mesmo diante das confusões recentes, o Grupamento Especial de Policiamento em Estádios (Gepe) e o Corpo de Bombeiros deram a autorização para que o confronto aconteça no Tijuca, e a Fberj se defende dizendo que apenas segue o regulamento. Eurico, por sua vez, apontou irregularidades para a realização do terceiro jogo da final.
No documento enviado por Eurico nesta terça-feira, ele enumerou três motivos para que o duelo não acontecesse. O primeiro é que a venda de ingressos foi indevida, uma vez que, desde o último dia 3 de dezembro, o Vasco afirmou que não entraria na quadra do Tijuca Tênis Clube por questões de segurança. O presidente vascaíno colocou a responsabilidade pela venda dos bilhetes nas mãos do presidente da Federação, Álvaro Lionides.
O segundo argumento fazia referência à nota da própria Fberj, datada no dia 28 de outubro, afirmando que o Rubro-Negro não teria atendido o Departamento Técnico da Federação indicando data e hora para o confronto. E que o dia indicado não foi escolhido em comum acordo com o Cruz-maltino. A indicação do local da partida, contudo, foi do Flamengo, que é o mandante por ter terminado a fase classificatória da competição com a melhor campanha.
O primeiro jogo da série final melhor de três terminou com vitória rubro-negra por 89 a 87. A partida foi realizada na Gávea, com portões fechados para as torcidas. No segundo, que aconteceu em São Januário, mais uma vez sem a presença de torcedores por questões de segurança, o Vasco saiu vencedor por 104 a 98. Com isso, a série está empatada em 1 a 1.
A princípio, a partida desta terça seria disputada novamente com portões fechados, como punição pela briga entre os torcedores do Flamengo no primeiro turno. No entanto, o Rubro-Negro recorreu e conseguiu evitar que a pena valesse para o terceiro jogo da final. O julgamento no Pleno do Tribunal de Justiça Desportiva do basquete aconteceu na terça-feira da semana passada, depois de o Flamengo ser punido com multa de R$10 mil e duas partidas com portões fechados.
Fonte: GE
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