Pedido se baseia na delação do executivo da JBS Wesley Batista e aponta para improbidade administrativa do governador
A denúncia foi feita junto à presidência da Assembleia Legislativa do
Estado do Ceará ( Foto: José Leomar )Deputados
integrantes da oposição ao governador Camilo Santana (PT) protocolaram, na
manhã desta terça-feira (23), pedido de impeachment do chefe
do executivo estadual por crime de responsabilidade. A denúncia foi
feita junto à presidência da Assembleia Legislativa do Estado do Ceará, tendo
como base a delação do executivo da JBS Wesley Batista. O líder da oposição
na Assembleia, deputado Capitão Wagner (PR), assina o pedido. Antes
da apresentação, o parlamentar organizou uma reunião no seu gabinete no início
da manhã, na qual estiveram presentes os deputados e deputadas Odilon Aguiar
(PMB), Leonardo Araújo (PMDB), Roberto Mesquita (PSD), Fernanda Pessoa (PR),
bem como as assessorias dos deputados Heitor Férrer (PSB) e Carlos Matos
(PSDB).
A peça processual
afirma que Camilo cometeu crime de responsabilidade "ante o fato de ter
causado dano ao patrimônio público estadual". Apesar do protocolo, a
denúncia só começa a tramitar na Assembleia caso o presidente do poder
legislativo estadual, deputado Zezinho Albuquerque (PDT), aliado do
governador, aceite o pedido. Além disso, a base governista na Casa conta com 34
deputados dos 46 integrantes.
Na tribuna da
Assembleia, Capitão Wagner afirmou que o impedimento tem como base legal o
crime contra a probidade administrativa. A Lei do impeachment, no
seu artigo 9 º diz que é crime de responsabilidade: "não tornar efetiva a
responsabilidade dos seus subordinados, quando manifesta em delitos funcionais
ou na prática de atos contrários à Constituição". Na prática, Wagner acusa
o petista de não instaurar sindicância ou exonerar os secretários acusados por
Wesley Batista de atuarem à favor da empresa.
De acordo com o
governista Dr. Sarto (PDT), o pedido de impeachment "neste
momento é um absurdo", pois, além de não haver crime de responsabilidade
do governador, os secretários ainda não possuem sequer inquérito instaurado
pelo Ministério Público Federal. Segundo o parlamentar, "o deputado está
surfando e embarcando numa notícia que não teve a prudência de
investigar", disse da tribuna da Assembleia.
As acusações
Segundo o
empresário Wesley Batista,o ex-governador Cid Gomes foi pessoalmente ao
escritório do grupo, em São Paulo, e solicitou uma contribuição de R$ 20
milhões à campanha de 2014, cujo vencedor do pleito foi o atual governador
Camilo Santana.
Alguns dias depois,
Cid teria enviado o deputado federal Antônio Balhmann (PROS-CE) e o atual
secretário de Turismo do Estado, Arialdo Pinho, com uma proposta de abater os
R$ 20 milhões soliciados no valor devido em restituições do ICMS, algo que foi
aceito pelo empresário. Dessa forma, o Estado teria pago apenas R$ 90 milhões
ao grupo JBS e ficou com os outros R$ 20 milhões para si, de acordo com a
delação de Wesley Batista.
Fonte:http://diariodonordeste.verdesmares.com.br/cadernos/politica/online/oposicao-protocola-pedido-de-impeachment-de-camilo-santana-1.1758486
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