quarta-feira, 16 de dezembro de 2015

2016 - CONTA DE LUZ TERÁ MAIS UMA BANDEIRA


Foto: Kid Júnior/DN
A Superintendência de Gestão Tarifária (SGT) da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) elaborou uma nota técnica na qual propõe a criação de mais uma bandeira tarifária, que passaria a vigorar a partir de fevereiro do próximo ano nas conta de energia de todos os consumidores do País. A ideia é ter uma bandeira vermelha "patamar 1" e uma bandeira vermelha "patamar 2". As informações foram publicadas pelo jornal O Globo.
Criadas pelo governo federal para sanar os déficits de geração do setor, as bandeiras tarifárias são cobradas como adicional ao consumo mensal de residências, comércios e indústrias. Atualmente, a lista é composta pelas bandeiras verde (sem custo extra), amarela (custo intermediário, de R$ 2,50 a cada 100 kWh consumidos em 2015) e vermelha (de R$ 4,50).

De acordo com o trecho da nota técnica publicado pelo jornal do Rio de Janeiro, a bandeira vermelha engloba uma variação grande de custos de geração de termelétricas, o que pode "produzir um descasamento entre a receita obtida com a aplicação das bandeiras e os custos de geração reais". Na prática, após contabilizar R$ 525 milhões excedentes entre agosto e setembro, a Aneel notou que a bandeira vermelha como é praticada atualmente, tornou-se severa demais para o consumidor.
Neste ano, no qual a bandeira vermelha sempre esteve presente nas contas, os brasileiros desembolsaram R$ 12 bilhões.
Sem redução
Também segundo o jornal O Globo publicou, o ministro de Minas e Energia, Eduardo Braga, informou que a adoção da bandeira verde em maio - mês previsto pela Aneel para a operação da bandeira - não é mais cogitado pelo governo federal.
A justificativa é a situação atual dos reservatórios do Norte, que encontram-se em situação crítica: estavam operando com 80% da capacidade e, agora, estão a 35%.
"Estamos trabalhando com a previsibilidade. Mas não queremos gerar expectativas que não se confirmem. O cenário do Sudeste e do Sul nos dão indicativos de que conseguiremos usar a bandeira verde no ano que vem. Mas, no Norte do País, há um alerta amarelo. Eu, como nascido na Região, sei que agora começa o período chuvoso e se tivermos muita chuva, acredito que rapidamente se recupera o déficit hidrológico nas usinas do Norte. E estou falando de reservatórios robustos, como o de Tucuruí, localizada no Pará", afirmou o ministro.
http://diariodonordeste.verdesmares.com.br/cadernos/negocios/conta-de-luz-tera-mais-uma-bandeira-1.1454255

Fonte: Diário do Nordeste

RJ - MOTORISTA TENTA SE APOSENTAR E DESCOBRE QUE ESTÁ 'MORTO' HÁ 19 ANOS


Foto: Divulgação/Vídeo/G1
Jorge Luiz Corrêa é morador de Angra dos Reis, na Costa Verde do Rio.
Óbito foi registrado em um cartório de Joinville, em Santa Catarina.
 "Pro cartório, pro INSS, eu estou morto". A frase é do motorista Jorge Luiz Corrêa, morador de Angra dos Reis (RJ). Ao reunir a documentação necessária para dar entrada no pedido de aposentadora, ele descobriu que, para os órgãos públicos, morreu há 19 anos. Um documento de um cartório de Joinville (SC) diz que as causas foram parada cardiorrespiratória, falência de múltiplos orgãos e politraumatismo. Além disso, a certidão aponta que ele está enterrado em Araquari, no mesmo estado.

"A gente reparou que faltava a certidão de nascimento. Esperamos cerca de 20, 25 dias e chegou uma certidão de óbito", disse o amigo de Jorge, José Geraldo Dama Ferreira. "A situação em que ele se encontra hoje não tem como esperar", disse a amiga Vera de Fátima Paiva Ferreira.
Além de não conseguir dar entrada na aposentadoria, Jorge, de 63 anos, também tem dificuldades para se inscrever em programas sociais e pegar remédios no posto de saúde.
A certidão de óbito mostra que Jorge morreu em 1996. No entanto, em 2014, ele conseguiu renovar a carteira de habilitação sem qualquer questionamento. Além disso, trabalhou registrado em várias empresas e nunca teve problemas. "Consegui arrumar alguns empregos para ele, nas empresas que passei. Todos de carteira assinada e em nenhum deles se constatou essa questão", explicou o afilhado, Éderson Paiva Ferreira.
A Defensoria Pública do Rio de Janeiro informou à produção do RJTV que foi comprovado que o documento não se refere a alguém que tenha o nome completo igual ao de Jorge Luiz Corrêa. Por isso, entrou com uma ação para desconstituição de óbito, para cancelar a certidão. Não há um prazo para o fim do processo.
http://g1.globo.com/rj/sul-do-rio-costa-verde/noticia/2015/12/motorista-tenta-se-aposentar-e-descobre-que-esta-morto-ha-19-anos.html

Fonte: G1
Vejam mais:
Fotos: Vídeo/G1

Polícia Federal cumpre mandados de busca na casa de Cunha e na Câmara


PF também foi a endereços de dois ministros, deputados e senadores.
Buscas foram autorizadas pelo ministro Teori Zavascki, a pedido da PGR.

Do G1 e da TV Globo, em Brasília *
A Polícia Federal e o Ministério Público Federal cumpriram na manhã desta terça-feira (15) mandado de busca e apreensão na residência oficial do presidente da Câmara, deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), em Brasília. A PF também cumpriu mandados na casa e no escritório do peemedebista no Rio de Janeiro e na Diretoria Geral da Câmara dos Deputados. A ação, batizada de Catilinárias, faz parte das investigações da Operação Lava Jato.
Ao menos 12 policiais e três viaturas foram para a casa de Cunha, na Península dos Ministros, em Brasília. As buscas duraram mais de cinco horas. Os agentes chegaram ao local por volta das 6h e foram recebidos pelo próprio deputado.
A Procuradoria-Geral da República também pediu ao Supremo Tribunal Federal (STF) que autorizasse busca e apreensão na residência do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), mas o ministro Teori Zavascki, do STF, responsável pela Lava Jato no tribunal, negou o pedido.
Nesta terça, também foram alvos de mandados dois ministros, um ex-ministro, um prefeito e parlamentares – a maioria é ligada ao PMDB.
Veja a lista completa a seguir: 
Aldo Guedes, ex-presidente da Copergas e ex-sócio de Eduardo Campos
Alexandre Santos (PMDB-RJ), ex-deputado federal
Altair Alves dos Santos, que, segundo o lobista Fernando Baiano, recebeu RS 1,5 milhão para repassar a Cunha
Aníbal Gomes (PMDB-CE), deputado federal
Áureo Lídio (SD-RJ), deputado federal
Celso Pansera (PMDB-RJ), ministro de Ciência e Tecnologia
Denise Santos, chefe de gabinete do presidente da Câmara
Djalma Rodrigues de Souza, ex-gerente executivo de Gás Natural da Petrobras
Eduardo Cunha (PMDB-RJ), presidente da Câmara dos Deputados
Edison Lobão (PMDB-MA), senador e ex-ministro de Minas e Energia
Fábio Ferreira Cleto, ex-vice-presidente de Fundos de Governo e Loterias da Caixa, indicado por Eduardo Cunha para o cargo
Fernando Bezerra Coelho (PSB-PE), senador e ex-ministro da Integração Nacional
Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), ministro do Turismo
- José Wanderley Neto (PMDB), ex-vice-governador de AL e 1º tesoureiro do partido no estado
Lúcio Funaro, doleiro que teria ligações com Eduardo Cunha
Nelson Bornier (PMDB-RJ), prefeito de Nova Iguaçu e ex-deputado
Sérgio Machado, ex-presidente da Transpetro indicado pelo PMDB para o cargo
Os detalhes dos indícios que sustentam a ação desta terça ainda não foram informados, mas veja que suspeitas já recaíram sobre os alvos dos mandados.
Catilinárias
A Polícia Federal batizou a operação de Catilinárias, que são discursos célebres do cônsul romano Cícero contra o senador Catilina, que planejava tomar o poder e derrubar o governo republicano. Veja abaixo um dos trechos mais famosos do discurso:
Até quando, Catilina, abusarás
da nossa paciência?
Por quanto tempo a tua loucura há de zombar de nós?
A que extremos se há de precipitar a tua desenfreada audácia?
Policial Federal deixa prédio do escritório de Eduardo Cunha, no Centro do Rio, carregando caixa (Foto: Matheus Rodrigues/G1)Policial Federal deixa prédio do escritório de Eduardo Cunha, no Centro do Rio, carregando caixa (Foto: Matheus Rodrigues/G1)
A operação
De acordo com a Polícia Federal, foram expedidos 53 mandados de busca e apreensão, referentes a sete processos da Lava Jato, todos relacionados a políticos com foro privilegiado no STF. O principal objetivo da PF era evitar que investigados destruíssem provas e apreender bens que, segundo as investigações, poderiam ter sido adquiridos pela prática criminosa.
Entre os materiais apreendidos, a PF confiscou joias e dinheiro dos investigados, com a suspeita de que possam ter sido adquiridos ilegalmente. Todos os alvos da operação tiveram celulares apreendidos. Os materiais apreendidos no DF serão levados à sede da PF, em Brasília. Já o que foi apreendido nos demais estados será encaminhado nos próximos dias.
A PF também informou que, além das residências de investigados, são realizadas em sedes de empresas, escritórios de advocacia e órgãos públicos.
Os mandados foram cumpridos no Distrito Federal (9), em São Paulo (15), Rio de Janeiro (14), Pará (6), Pernambuco (4), Alagoas (2), Ceará (2) e Rio Grande do Norte (1).
Polícia Federal deixa condomínio onde mora o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), no Rio de Janeiro (Foto: Matheus Rodrigues/G1)Polícia Federal deixa condomínio onde mora o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), no Rio de Janeiro (Foto: Matheus Rodrigues/G1)

Por volta de 12h30, a Polícia Federal iniciou uma operação de busca e apreensão no gabinete do deputado Aníbal Gomes. Por volta de 14h, permaneciam no gabinete três policiais federais, um procurador e dois policiais legislativos, que acompanhavam a ação.
Outro mandado foi cumprido na sede do PMDB em Alagoas, relacionado ao inquérito do senador Fernando Collor (PTB-AL).
Segundo a Polícia Federal, foram cumpridos ainda mandados de busca e apreensão dentro do inquérito que investiga o deputado federal Eduardo da Fonte (PP-PE). A PF informou ainda que os endereços onde houve buscas não são do parlamentar mas estão ligados às investigações.
Suspeitas contra Cunha
A busca na casa de Cunha foi autorizada pelo ministro Teori Zavascki, do STF, a pedido do procurador-geral da República, Rodrigo Janot. O objetivo é coletar provas nos inquéritos que apuram se o presidente da Câmara cometeu os crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro.
O peemedebista já foi denunciado pela PGR pela suspeita de ter recebido pelo menos US$ 5 milhões por contratos de aluguel de navios-sonda pela Petrobras. O Supremo ainda não decidiu se aceita ou não a denúncia.
Cunha também é alvo de inquérito que apura suspeitas de corrupção e lavagem de dinheiro em razão de quatro contas na Suíça atribuídas ao parlamentar.
Defesas
A assessoria de Eduardo Cunha informou que um de seus advogados acompanha o trabalho da PF. O advogado Marcelo Nobre informou, durante reunião do Conselho de Ética da Câmara, que as buscas nos endereços de Cunha "só reforçam" a defesa do peemedebista, já que, segundo o advogado, não existem provas contra ele.
Em entrevista coletiva, o presidente da Câmara afirmou que a Operação Lava Jato poupa políticos do PT e mira no PMDB. Ele voltou a dizer que não renuncia ao cargo.
De acordo com a assessoria da Câmara, por ser uma ação sigilosa, não serão fornecidas informações sobre a atuação da Polícia Federal na Casa.
Celso Pansera (Foto: Nilson Bastian/Câmara dos Deputados)Celso Pansera (Foto: Nilson Bastian/Câmara)
Celso Pansera foi nomeado ministro na última reforma ministerial promovida pela presidente Dilma Rousseff. Antes de ser deslocado para a pasta, o peemedebista cumpria mandato de deputado federal e era um dos principais aliados de Eduardo Cunha na Câmara. Durante as investigações da Lava Jato, Pansera chegou a ser acusado pelo doleiro Alberto Youssef de ser "pau mandado" do presidente da Câmara.
Em nota, Pansera diz manifestar "pleno interesse" no esclarecimento dos fatos sob investigação. Ele também se coloca à disposição das autoridades e afirma que "abre mão espontaneamente do sigilo constitucional que protege seus dados de natureza bancária e fiscal".
Henrique Eduardo Alves, candidato ao governo do RN pelo PMDB (Foto: Canindé Soares/G1)Henrique Eduardo Alves (Foto: Canindé Soares/G1)
O ministro Henrique Eduardo Alves, ex-presidente da Câmara, também integra a ala mais próxima de Cunha no PMDB. "Apesar de surpreso, respeito a decisão do Supremo Tribunal Federal. Estou, como sempre, à disposição para prestar qualquer esclarecimento que se fizer necessário", disse o ministro.
O advogado do senador Edison Lobão, Antonio Carlos de Almeida Castro, o Kakay, disse ter “tranquilidade” com a operação na casa de seu cliente. Segundo ele, o senador está de mudança e não estava em casa no momento da apreensão, mas os itens que estão sendo procurados estão na atual residência.
Edison Lobão (Gnews) (Foto: Reprodução GloboNews)Edison Lobão (Foto: Reprodução GloboNews)
“Essa operação, a essa altura, é desnecessária. O senador estava contribuindo completamente com a investigação. Agora, é um direito do procurador pedir [o mandado de buscar e apreensão]. Vamos cumprir e obedecer, não temos nenhuma preocupação”, disse Kakay.
A assessoria do senador Fernando Bezerra Coelho divulgou nota na qual diz reiterar a "confiança no trabalho das autoridades". O texto também afirma que o senador continua à disposição para "colaborar com os ritos processuais e fornecer todas as informações que lhe forem demandadas".
Assessoria de imprensa do deputado Áureo Lídio disse que não irá se manifestar até que tenha conhecimento do pedido feito pela PGR.
O prefeito de Nova Iguaçu, Nelson Bornier, disse ao G1 ter sido pego de surpresa com a busca, que, segundo ele, foi rápida. Para Bornier, ele foi alvo das buscas por ter sido colega de bancada de Eduardo Cunha. Ele também disse desconhecer se há alguma acusação contra ele e evitou comentar as denúncias contra Cunha.
"Acredito que seja por que eu fui deputado federal da mesma bancada que o Cunha. [...] Sou amigo e colega de Cunha, apenas isso, não há nenhuma ligação com essa operação. Entraram aqui, não encontraram nada", disse.

O ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado disse à TV Globo que está à disposição para prestar esclarecimentos. disse que está certo da lisura de sua gestão e que confiança no trabalho dos investigadores e da justiça.
A defesa do deputado federal Aníbal Gomes disse que vai prestar os esclarecimentos necessários quando tiver acesso aos fatos que basearam o mandado de busca e apreensão contra seu cliente.
O G1 não localizou as defesas de Aldo Guedes, Alexandre Santos, Altair Alves dos Santos, Denise Santos, Djalma Rodrigues de Souza, Fábio Ferreira Cleto, José Wanderley Neto e Lúcio Funaro.
* Colaboraram Lucas Salomão e Felipe Néri, do G1, em Brasília; Camila Bomfim, Vladimir Netto, Zileide Silva, Mariana Oliveira e Ana Paula Andreolla, da TV Globo; Marcelo Cosme e Andréia Sadi, da Globo News; Gabriel Luiz e Raquel Morais, do G1 DF
Fonte: G1

domingo, 13 de dezembro de 2015

Futebol: Vila União do Quandú é Campeão Reriutabense 2015


Em uma final emocionante, o time Vila União do Quandú venceu o São José de Amanaiara por 2x0 na final do Campeonato Reriutabense de Futebol 2015.
Os gols que levaram o time à vitória foram dos craques Felipe Pajé e William. A taça foi entregue pelo Prefeito de Reriutaba, Dr. Galeno Taumaturgo, e pelo Secretário de Esportes, Luciélio Paiva.
Na disputa pelo terceiro lugar, a Portuguesa venceu o Central por 2x1, ficando mais uma vez entre os três melhores times.

Iniciado em outubro, o Campeonato de Futebol Reriutaba 2015 contou com 48 equipes participantes, sendo 24 no Primeiro Quadro e 24 no Segundo.

Os times foram premiados com R$ 2.000 (1º lugar); R$ 1.000 (2º lugar); R$ 500 (3º lugar); e R$ 100 (4º lugar).
Apoio total da Prefeitura Municipal de Reriutaba através da Secretaria de Esportes cujo secretário é Luciélio Paiva.

Fonte: Reriutaba Noticias

sexta-feira, 11 de dezembro de 2015

Oitizeiro campeão do Segundo Quadro 2015


Oitizeiro campeão do Segundo Quadro vencendo a equipe do São José nos pênaltis, placar do Jogo 1x1 e nos pênaltis Oitizeiro ganhou pelo placar de 5x4.
Parabéns Oitizeiro!



quarta-feira, 2 de dezembro de 2015

Varjota-CE: Mulher é encontrada morta no quarto de casa


A Força Tática da Polícia Militar de Varjota recebeu uma informação por volta das 18h30 de domingo (29/11/15), de que um cadáver de uma mulher havia sido encontrado em um quarto de sua residência, próximo a creche nova, no bairro Pedreiras, em Varjota.
Os policiais se dirigiram até o local e constatam a informação e o corpo da mesma estava em cima da cama.
A vítima foi Michele Mesquita Alves, nascida em 08/04/1992, filha de José Vilson Alves e de Maria Cilene Pinto de Mesquita, natural e residente em Varjota.
O comandante da da PM varjotense, sargento B Sousa (Linha Dura) informou a nossa reportagem no local, que familiares comentaram que pessoas da família sentiram a falta da vítima, arrebentaram uma uma porta e encontraram o corpo enrolado e ao descobrirem o corpo, perceberam que a mesma estava morta.
Em entrevista, o sargento comentou que estava achando estranho o fato do companheiro da vítima não estar no local.
A perícia foi acionada e em breve deve constatar a verdadeira causa da morte.
Fonte: RobertoLiraNotícias

Chacina de Costa Barros: por que são as famílias que têm de dar explicações?


  • 2 dezembro 2015
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AFPImage copyrightAFP
Image captionCinco jovens mortos no sábado voltavam de parque na zona norte do Rio
"Meu filho terminou o curso técnico". "Meu filho fazia inglês". "Meu filho era estudante". "Meu filho estava comemorando o primeiro salário no emprego".
Ao acompanhar o noticiário sobre os cinco jovens negros mortos por policiais em Costa Barros no fim de semana, reencontro frases que ouvi tantas vezes, nas bocas de outras mães e outros pais que perderam seus filhos de modo semelhante.
"Meu filho era tão bom, era trabalhador, estudava...", costumava dizer Euristeia Azevedo sobre o filho William Keller Azevedo, assassinado em outubro de 1998 no episódio que ficou conhecido como Chacina do Maracanã.
Entrevistei-a em reportagens sobre mães que cobravam justiça para mortes violentas no Rio. Eu estava num plantão de sábado quando, na ronda telefônica para hospitais e delegacias, soube das mortes. Na estatística, era mais um caso. Para Euristeia, era o filho dela, um filho bom, morto aos 24 anos.
Noutro plantão de sábado, em maio de 1999, mataram Rodrigo Marques da Silva, de 15 anos, numa operação da PM no morro da Coroa. A mãe, Edilamar da Silva, transformou-se em ativista contra a violência policial.
"Já estão até dizendo que acharam uma arma com meu filho", ela dizia. "Não quero dinheiro do Estado, quero que tirem essa calúnia. Meu garoto não era traficante".
Image captionFamiliares e amigos levam caixão de um dos cinco jovens mortos no sábado no Rio
Image captionMorte de jovens gerou comoção e revolta no Rio
Esqueci de lhe dizer que, se fosse, o filho teria de ser preso e julgado, não assassinado.
Em agosto e setembro de 2000, grávida, persegui pelo Rio o então relator da ONU contra a tortura, Nigel Rodley, até ele me confirmar o que eu já sabia: ao visitar um presídio do Rio, Rodley encontrou detentos que haviam sido espancados.
Sua grande crítica era ao fato de a polícia investigar a polícia: "Há um problema quando a iniciativa da investigação fica a cargo da polícia ou quando só a polícia tem autorização para investigar, principalmente quando é a polícia que está sendo investigada".
Lembrei-me de 'sir' Nigel ao observar como demorou a cair o comandante do 41º Batalhão da PM, ao qual pertencem os policiais que deram ao menos 50 tiros no Palio em que estavam os cinco jovens de Costa Barros.
Era desse mesmo batalhão o sargento que, em outubro, atirou em dois mototaxistas ao confundir com uma arma o macaco hidráulico que um deles carregava. Os dois rapazes morreram.
Outra relatora da ONU, Asma Jahangir, especialista em execuções sumárias, impressionou-se com os relatos de violência policial no Estado ao visitar o Rio em outubro de 2003.
Image captionEnterro de um dos jovens reuniu dezenas de pessoas no Rio
Image captionTrês policiais envolvidos nas mortes foram presos
Foi nessa época que conheci Márcia de Oliveira Silva Jacinto, mãe de Henri Gomes de Siqueira, morto aos 16 anos numa ação da PM no Lins. O rapaz tinha morrido já fazia quase um ano, e Márcia contava que ainda ouvia um "Mãe, cheguei!", quando entrava em casa.
"Meu filho levou um tiro no peito. Disseram que ele tinha um revólver e maconha, mas sei que era inocente".
Recém-chegada ao Rio, desde 1994 eu mergulhara na cidade pós-chacinas da Candelária e de Vigário Geral, ambas do ano anterior. Cobri a guerra entre traficantes e os assassinatos cometidos por policiais.
Em outubro de 1994, uma operação da Polícia Civil na favela Nova Brasília acumulou 13 mortos. Só três tinham antecedentes criminais, no mínimo dez levaram tiros na cabeça.
Nova operação policial, em maio de 1995, matou 14 na mesma favela. Na casa onde morreram dez das 14 vítimas, vi sangue escorrendo pelo chão e pelas escadas, paredes vermelhas de sangue, macabramente salpicadas de massa encefálica.
"Eles pediam para não morrer, diziam que iam se entregar", segredou um morador.
Image captionAto em memória das vítimas foi realizado antes de enterro
Ecoam as vozes de mães, pais, irmãos e amigos de muitas épocas: era inocente; estudava inglês; fez curso técnico; era um bom garoto. Ouvi e ainda ouço justificativas e alegações, em defesa da honra dos filhos mortos.
Nas comunidades pobres, diante da escola que não atrai, à espera do emprego que custa a aparecer e sem chance frente a uma polícia que mata, os jovens convivem com a marginalidade. Muitos são tragados por ela. Alguns margeiam a delinquência, experimentando pequenos delitos. Outros, a maioria, ganham a vida honestamente.
As famílias sabem disso, e por isso o desespero de pais e mães que se sentem obrigados a provar a inocência dos filhos, exibindo o recibo do curso quase concluído, a carteira de trabalho recém-assinada, a apostila de inglês...
É digna e comovente a atitude das famílias. Porém, mesmo se fossem criminosos, os jovens de Costa Barros não podiam ter sido fuzilados. Estavam desarmados, não ameaçaram os policiais. Tinham de 16 a 25 anos.
Mas aceitamos, publicamos, seguimos, acostumados que estamos a uma argumentação torta, segundo a qual famílias devastadas pela tragédia da morte de um jovem é que têm que dar explicações.
Fonte: BBC Brasil