O Ceará obteve uma média de 8,3 mil barris por dia no ano passado. Ao longo de todos os meses de 2013 a produção petrolífera cearense cresceu em relação ao respectivo mês de 2012
FOTO: THIAGO GASPAR
Depois de quase uma década em declínio, a produção de petróleo no Ceará reverteu sua trajetória, que vinha em queda desde 2004. No ano passado, o Estado alcançou uma produção de 3,04 milhões de barris, volume que representa um incremento de 28,2% sobre 2012, quando foram produzidos 2,37 milhões de barris do ouro negro.
Números obtidos por meio de cálculo dos dados fornecidos pela Agência Nacional de Petróleo e Gás (ANP) mostram que o Ceará obteve uma média de 8,3 mil barris por dia no ano passado.
Ao longo de todos os meses de 2013, a produção petrolífera cearense registrou alta em relação ao respectivo mês de 2012, sendo as maiores elevações nos meses de junho e julho, quando o acréscimo foi de 40,8% sobre o mesmo período do ano anterior.
Evolução
Do período que vai de 2000 a 2013, o ano em que o Estado registrou maior produção de óleo foi 2011, quando foram alcançados 55,9 milhões de barris. O número caiu para 50,3 milhões em 2002 e voltou a subir no ano seguinte chegando a 54,1 milhões de barris. Desde então, todos os anos foram apresentando queda.
Origem
O incremento nos volumes de petróleo retirados em território cearense se deu exclusivamente por conta da produção marítima. Do total produzido pelo Ceará, 86,4% vieram do mar.
Atualmente, esta atividade está concentrada em quatro campos da Bacia do Ceará, localizados no litoral de Paracuru.
O óleo é retirado em águas rasas no território cearense, com profundidades até 50 metros. O Estado já possui poços perfurados em águas ultraprofundas, com profundidades superiores a 1.501 metros, mas estes ainda não tiveram sua declaração de comercialidade expedida.
A expectativa é que esse incremento seja repetido nos próximos anos, uma vez que um desses quatro campos, o Espada, tem a previsão de novos investimentos por parte da Petrobras, que prevê perfurar mais oito poços na região, gerando uma expectativa de triplicar a produção no campo até 2020, passando dos atuais 278,6 metros cúbicos (m3) diários para vazões máximas esperadas em torno de 1.000 m3/dia.
Para dar conta desse acréscimo, a estatal planeja também construir uma nova plataforma de petróleo na localidade.
Em terra
Já a produção terrestre registrou queda em cada um dos 12 meses do ano passado, fechando o ano com uma redução de 9,5%, caindo de 456 mil para 412 mil barris. A produção em terra, que é feita na Fazenda Belém, nos municípios de Icapuí e Aracati, vem em queda desde 2009.
Há, contudo, uma previsão de reversão desse quadro com a perfuração de novos poços na área. A Petrobras já anunciou que existe projeto para perfurar cerca de mil novos poços entre este ano e o ano que vem. Com isso, a produção poderá quase triplicar no campo, que fica na parte cearense da Bacia Potiguar.
Procurada pelo Diário do Nordeste, a Petrobras não deu retorno, até o fechamento desta edição, sobre se houve novos investimentos no Estado que motivaram a ampliação da produção marítima em 2013.
Sérgio de Sousa
Repórter
Fonte, DN
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