Trata-se também do maior saldo entre todos os estados nordestinos, já que outros grandes mercados, como o da Bahia e o de Pernambuco, não alcançaram tal patamar (geraram 36.941 e 20.007, respectivamente).
O resultado de agosto, aliás, impactou bastante na geração de postos formais do Estado, haja vista que 9.517 novos empregos celetistas foram criados no período, o melhor resultado para o mês desde 2010, quando 12.321 vagas surgiram no Ceará. Segundo o analista do Mercado de Trabalho do Sine/IDT, Mardônio Costa, "um bom resultado já era esperado em agosto, pois é nesse período que a dinâmica do mercado de trabalho começa a avançar. O comércio, por exemplo, já inicia o processo de contratação de temporários, com o intuito de treinar esses profissionais para o fim do ano".
Setores em destaque
A afirmação de Mardônio Costa é inclusive sustentada pelo Caged, que apontou o comércio como um dos grandes responsáveis pela geração de empregos com carteira assinada em agosto, tendo respondido pela criação de 2.086 postos no Estado. O setor de serviços, porém, segue como principal impulsionador de postos formais no Ceará, tendo criado 3.686 vagas no período, acima inclusive da construção civil (2.174 postos).
"O próprio ritmo da atividade econômica cearense tem influenciado o mercado de trabalho local. Diferentemente do Brasil, que deve crescer menos que 1% em 2014, o PIB (Produto Interno Bruto) do Estado fechou o segundo trimestre com avanço de 3,49% e talvez encerre o ano em torno de 4%. Isso acaba fortalecendo os empregos com carteira assinada", explica Mardônio.
O Sine/IDT, aliás, pretende manter o desempenho de 2013 e fechar este ano com quase 83 mil pessoas inseridas no mercado de trabalho cearense. Para atingir tal meta, porém, o Ceará terá que gerar 34.318 vagas nos próximos quatro meses. A tarefa é possível, diz o analista do órgão. "De setembro a novembro há uma tendência forte de contratações", conta Mardônio Costa.
Indústria decepciona
Apesar de nenhum setor apresentar saldo negativo nos seus respectivos estoques de empregos celetistas, a indústria cearense acabou decepcionando em agosto, já que gerou apenas 203 novas vagas no Estado. "Agosto e setembro são meses de pico para a indústria, mas esse resultado mostra que o setor anda um pouco comprometido. Talvez nos próximos meses haja resultados melhores. Vamos torcer", diz o analista do Sine/IDT.
Concentração na RMF
Ainda de acordo com o Caged, a grande maioria - quase dois terços - dos empregos celetistas gerados no Ceará em agosto ficou concentrada na Região Metropolitana de Fortaleza (RMF). Para se ter uma ideia, somente a Capital respondeu por 5.206 vagas, isso sem falar em Caucaia, com outras 753, e São Gonçalo do Amarante (413). No interior, destaque para Juazeiro do Norte, que registrou 311 novos empregos formais.
Um milhão no País
O ministro do Trabalho, Manoel Dias, reafirmou ontem a previsão do governo de chegar a um milhão de novos empregos em 2014. Ele afirmou acreditar que setembro e outubro serão meses positivos. "Nosso segundo semestre seguramente será melhor que o primeiro", garantiu. "Todo o conjunto da economia está em recuperação", contou.
Puxado por serviços, País cria 101,4 mil empregos
Brasília. O Brasil registrou a criação de 101,4 mil vagas de trabalho com carteira assinada no mês de agosto, informou ontem o Ministério do Trabalho. O resultado é o menor para o mês desde agosto de 2012. O setor de serviços deu fôlego à criação de vagas em agosto, com 71,3 mil novos postos. O setor de comércio veio em seguida, responsável por 40,6 mil novas vagas no mês.
Agosto é tradicionalmente um mês aquecido para esses setores, que já estão contratando com vistas aos negócios e vendas de fim de ano. O saldo de criação de vagas foi 20,5% inferior ao registrado no mesmo período do ano passado, quando o país criou 127,6 mil postos de trabalho. Mesmo assim, foi um dado tido como positivo pelo governo, que amargava quedas no nível de contratação desde maio.
O Nordeste foi a região que mais empregou em agosto, em números absolutos - foram 42,1 mil novos postos. Em seguida, veio a região Sudeste, com a criação de 32,6 mil vagas formais de emprego.
O ministro Manoel Dias (Trabalho) afirmou que há um "pessimismo" na economia, mas que a despeito disso o Brasil está criando vagas como nenhum outro país. Ele admitiu que há problemas a serem enfrentados, grande parte deles decorrentes da crise internacional.
Fonte, DN
Áquila Leite
Repórter
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