Cearense de 126 anos não dispensa o cigarro Foto: Reprodução/TV Globo
Aguinelo tem 126 anos e vive, atualmente, em um abrigo, na cidade de Bauru, em São Paulo. Sobre a infância no interior cearense, lembra apenas de ter morado em uma casa grande,refúgio de escravos, com os pais e mais 6 irmãos, onde não havia camas e todos dormiam no mesmo lugar. “Ele relata que nunca foi escravo, pois nasceu poucos meses depois da Abolição, mas sua mãe era”, conta a psicóloga da casa de repouso, Mariana Canassa.
A data de nascimento de “Zé Aguinelo”, como é chamado pelos companheiros do abrigo, foi estabelecida, em 2000, por um juiz da comarca de Bauru. Não há documentos que comprovem o ano em que ele nasceu, mas suaidade foi estipulada através de relatos contados pelo cearense.
“Antigamente, não havia burocracia para o acolhimento no abrigo, então, não era necessário que ele tivesse todos os documentos. Com o passar do tempo, para ser atendido pela rede pública, ele precisava de uma documentação. A partir daí, deu-se início ao processo de busca por uma certidão”, explica Mariana.
Ela diz que o idoso chegou ao abrigo em 1973, aos 85 anos, levado pelo antigo patrão, um grande fazendeiro da região. Desde criança, Aguinelo trabalhou na roça e deixou o Ceará rumo a São Paulo, em busca de trabalho. A família viveu durante um tempo, em Pedra Branca, mas mudou-se para a capital paulista, na época das construções das cidades metropolitanas.
José Aguinelo diz ter nascido poucos meses.
após a Abolição da Escravatura Foto: Reprodução/TV Globo
Cearense é considerado saudável para a idade
Apesar da idade avançada, Aguinelo não possui problemas graves de saúde e faz suas refeições sem o auxílio de profissionais. É introspectivo, mas não consegue ficar sozinho por muito tempo. Nos finais de tarde, gosta de cantar músicas antigas para os colegas e funcionários do abrigo.
O grande problema mesmo, segundo Mariana, é a hora do banho. “Ele não gosta muito de tomar banho. Antes, ele subia em uma mangueira que tem aqui, para fugir do banho. Por várias vezes, a equipe de enfermagem precisou subir na árvore para resgatá-lo”, relata, com bom humor, a psicóloga.
Zé Aguinelo também não gosta muito de participar das atividades oferecidas pela casa de repouso, como fisioterapia e pintura. Para incluí-lo nas dinâmicas do grupo, Mariana conta que a plantação de uma horta irá fazer parte da rotina da casa.
Apesar da idade avançada, Aguinelo faz suas refeições sozinho Foto: Reprodução/TV Globo
O gosto pela plantação é tanto, que, ao encontrar uma enxada largada, no terreno do abrigo, Zé Aguinelo começou a capinar em lugares impróprios, estourando o encanamento da casa. “Ele carpia em lugares que não podia e já estourou vários canos”, brinca Mariana.
Fonte, Verdes Mares AM Via DN
Nenhum comentário:
Postar um comentário