Nas regiões semiáridas, como o sudoeste dos Estados Unidos, há uma chance, de 80%, de que ocorra uma seca que dure mais de uma década
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Nas regiões semiáridas, como o sudoeste dos Estados Unidos, há uma chance de 80% de que ocorra uma seca que dure mais de uma década, informou um estudo publicado no "Journal of Climate".
O artigo escrito por acadêmicos da Universidade de Cornell, do Serviço Geológico dos Estados Unidos e da Universidade do Arizona combina dados históricos sobre secas com novos modelos climáticos analisando mudanças nos padrões de ocorrências de chuvas causadas pelo aquecimento global.
Um cenário pessimista coloca a chance de uma seca nos Estados Unidos durar mais de 35 anos entre 20% e 50%.
O problema da seca também deve pesar sobre países subtropicais em desenvolvimento, inclusive no mar Mediterrâneo, no sul e no oeste da África e na América Latina.
"Os riscos nos subtrópicos parecem ser tão altos quanto ou mais altos que as estimativas para o sudoeste dos Estados Unidos", disseram os cientistas.
Secas ocorridas no passado como a prevista agora são a suposta causa do colapso de civilizações importantes, como o império Khmer no Sudeste da Ásia, que caiu no século 14.
A seca nos EUA nos anos 1930, que durou aproximadamente uma década, forçou um grande movimento migratório e agravou ainda mais a Grande Depressão.
Pesquisadores disseram que a gravidade da seca pode ser ainda pior se o aquecimento global não for revisado. "A seriedade da seca no futuro será exacerbada por aumentos de temperatura, implicando que os nossos resultados deveriam ser vistos como conservadores", disseram.
"Estes achados enfatizam a necessidade de desenvolver estratégias de alívio à seca que possam lidar comdécadas de mudança climática".
Mais de 120 chefes de Estado e de governo participarão hoje, em Nova York, de uma cúpula das Nações Unidas para dar um novo impulso às negociações a fim de limitar o aquecimento global, antes da conferência de Paris, em 2015. Estão previstos anúncios de compromissos que facilitarão a obtenção de um acordo concreto na conferência de 2015, algo que não ocorreu em Copenhague-2009.
De acordo com a Organização das Nações Unidas, trata-se da maior concentração de líderes já realizada sobre este tema. "É preciso agir urgentemente: quanto mais esperarmos, mais pagaremos em vidas humanas e em dinheiro perdido", considera o secretário-geral, Ban Ki-moon.
O objetivo das negociações é limitar o aquecimento global a dois graus Celsius com relação à era pré-industrial.
Custo pode ser de até 5% do PIB de países latinos
Nova York. Estimativas divulgadas ontem pela Comissão Econômica para a América Latina e Caribe (Cepal) estimaram que as mudanças climáticas devem custar entre 1,5% e 5% do Produto Interno Bruto (PIB) dos países latino-americanos, caso a previsão de aumento da temperatura global, prevista em 2,5 graus Celsius, seja concretizada.
Hoje será realizada a Conferência Mundial sobre o Clima na sede das Organização das Nações Unidas (ONU). "Há dez anos a Cepal estuda os custos econômicos e sociais das mudanças climáticas nos países da América Latina e Caribe e formula recomendações para as políticas públicas", disse a secretária executiva da Cepal, Alicia Bárcena.
A Cepal informou que a América Latina e o Caribe, embora tenham contribuição menor nas mudanças climáticas que países desenvolvidos, são particularmente suscetíveis a seus efeitos.
Fonte, DN
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