sábado, 7 de dezembro de 2013

Do sofá, rubro-negros acompanham drama e garantem não secar rivais

ayme e André Santos relembram anos em que o Flamengo também lutou até o fim do Brasileirão contra rebaixamento. Treinador lamenta queda definida de um grande

Por Rio de Janeiro
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André Santos torcida Flamengo (Foto: Rafael Moraes / Agência O Globo)André Santos fez parte do grupo que evitou o rebaixamento com Joel Santana em 2005 (Foto: Rafael Moraes / Agência O Globo)
Em paz e sem querer o mal de ninguém. Assim o Flamengo chega para última rodada do Campeonato Brasileiro. Campeão da Copa do Brasil e livre de qualquer risco de rebaixamento, o Rubro-Negro se despede de 2013 com tranquilidade neste sábado, contra o Cruzeiro, no Maracanã, e acompanha de camarote o drama dos rivais. Botafogo, Vasco e Fluminense prometem ter um domingo tenso. O Glorioso sonha com uma vaga na Libertadores, enquanto vascaínos e tricolores vivem o drama do alto risco de disputarem a Série B no próximo ano. Já de férias, os rubro-negros vão acompanhar de casa a última rodada e garantem: não vão torcer contra ninguém.
Sempre muito polido em suas palavras, Jayme de Almeida vai além e revela não querer que Vasco e Flu caiam juntos para Segunda Divisão. Com o rebaixamento de um deles já determinado, o treinador lamenta a situação e lembra os dias de agonia que viveu quando sofreu o mesmo risco com o Flamengo, há nove anos.
É uma pena. Não torço contra. Domingo, vou comer uma macarronada na casa da minha mãe, sentar e ver. Deve ser duro para eles. Muito duro. Passei por isso no Flamengo em 2004
Jayme de Almeida, técnico do Fla
- Não seco. Infelizmente, um já vai cair. Acho assim: para o futebol do Rio, é péssimo se caírem os dois. Não vejo vantagem nenhuma em tirar o Fluminense, o Vasco, ou os dois. Isso é para torcedor, que tem rivalidade. É normal. Do lado do meu trabalho, de quem vive do esporte, para o futebol do Rio e até brasileiro, é ruim caírem dois times de tradição que, por uma razão ou outra, não tiveram um bom ano. É uma pena. Não torço contra. Domingo, vou comer uma macarronada na casa da minha mãe, sentar e ver. Deve ser duro para eles. Muito duro. Passei por isso no Flamengo em 2004. O Júnior era o diretor, chamou o Andrade (para ser técnico) e me convidaram para ser auxiliar, eu era gerente na base. Salvamos na última rodada, contra o Cruzeiro. Foram dois meses terríveis. É uma sensação horrorosa, você não dorme, tem ansiedade. É duro para caramba. Não torço para ninguém cair. Torço para ganhar deles, isso é o legal do esporte. 
É até difícil falar. Graças a Deus, nunca caí. Já passei por esse risco em 2005 aqui mesmo no Flamengo. Tínhamos nove partidas para ganhar sete ou oito, e salvamos. Foi um fato histórico
André Santos, lateral do Flamengo
André Santos foi outro que evitou tripudiar sobre os rivais. Um ano após o episódio relatado por Jayme, o lateral viveu o mesmo drama no Flamengo. Desta vez, ele prefere celebrar a despedida sem pressão e em clima de festa de uma temporada que chegou a ser tensa e terminou com o grito de campeão.
- É até difícil falar. Graças a Deus, nunca caí. Já passei por esse risco em 2005 aqui mesmo no Flamengo. Tínhamos nove partidas para ganhar sete ou oito, e salvamos. Foi um fato histórico, muito difícil. Imagino como está a cabeça deles do outro lado. Não podemos torcer contra. O mais importante é olharmos para dentro da nossa equipe e ver que nosso dever foi cumprido. O que vai acontecer lá (nos rivais), ninguém sabe. Temos que deixar acontecer, deixar rolar. Cada um tem que seguir seu caminho.
Flamengo e Cruzeiro se enfrentam no Maracanã, sábado, às 19h (de Brasília). Já Fluminense e Vasco encaram Bahia e Atlético-PR, respectivamente, fora de casa, e precisam vencer e torcer por resultados para evitar a queda. Já está definido, porém, que os dois não permanecem juntos na Série A.

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