FHC disse que a suposta compra de votos na emenda da reeleição não se sustenta: "ninguém teve a coragem de levar essa falsidade à Justiça"
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"Lamento que o ex-presidente Lula tenha levado a campanha eleitoral para níveis tão baixos. Na convenção do PSDB não acusei ninguém; disse que queria ver os corruptos longe de nós. Não era preciso vestir a carapuça", disse FHC em sua postagem.
"A acusação de compra de votos na emenda da reeleição (em 1997) não se sustenta: ninguém teve a coragem de levar essa falsidade à Justiça", prosseguiu.
Lema revisitado
Na campanha de 2002, o PT bateu na tecla que "a esperança vai vencer o medo". O lema foi repaginado no último domingo, quando Lula disse que há uma campanha para a esperança vencer o "ódio" contra o partido. A ação seria patrocinada pela oposição, pela "elite conservadora" e pela imprensa.
"Estamos fazendo uma campanha perigosa. Se em 2002 fizemos uma campanha da esperança contra o medo, agora é a da esperança contra o ódio", afirmou. "Depois que ganhamos, ficou um pensamento único contra o governo", disse em relação à imprensa.
No último domingo (15), um dia depois do de FHC na convenção nacional do PSDB, em São Paulo, Lula comentou: "Vi o ex-presidente (FHC) falar com a maior desfaçatez: 'É preciso acabar com a corrupção'. Ele devia dizer quem é que estabeleceu a maior promiscuidade entre Executivo e Congresso quando ele começou a comprar voto para ser aprovada a reeleição".
O petista, que governou entre 2003 e 2010 e elegeu a sucessora Dilma Rousseff (PT), ainda disse que seu partido é atacado por ter governado melhor que a "elite" e insinuou que FHC não aprendeu a ter "sentimentos" na faculdade.
Lula chegou a dizer que a "perseguição" ao PT é similar à que levou Getúlio Vargas ao suicídio, em 1954. "Estão querendo fazer conosco o que já fizeram com Getúlio (Vargas), até levá-lo à morte", disse. "Querem fazer o que fizeram com Juscelino (Kubitschek), que agora é todo bonitão para eles. (...) Tentaram me tirar, em 2005. Mas eu disse: se quiserem me tirar, vai ter que debater na rua, para conhecerem o que é o povo brasileiro".
Revide tucano
Na resposta dada ontem, Fernando Henrique Cardoso disse na postagem que "Não é verdade que a oposição pretendesse derrubar o presidente Lula em 2005 (durante a crise do mensalão). Na ocasião, pedimos justiça para quem havia usado recursos públicos e privados na compra de apoios no Congresso, o que foi feito pelo Supremo Tribunal Federal".
No último sábado (14), durante a Convenção do PSDB que oficializou a candidatura do senador mineiro Aécio Neves à Presidência, FHC comentou que os xingamentos à presidente Dilma eram inaceitáveis, no entanto, avaliou que o "clima crispado" no país começou com o próprio PT, que "sempre teve mania de acusar o outro", e que Lula "usa palavras feias, o que não é educativo". "Nós não queremos mais os corruptos, os ladrões que ficam empulhando, esses nós não queremos (...) O povo quer respeito, o povo quer consideração, o povo cansou de comiseração", afirmou FHC.
Já ontem, o ex-presidente tucano, que governou de 1995 a 2002, encerrou sua nota com um apelo: "Apelo às lideranças responsáveis, do governo e da oposição, para que a campanha eleitoral se concentre na discussão dos problemas do povo e nos rumos do Brasil".
Nas últimas quatro gestões, PT ou PSDB ocuparam o Planalto. O embate recente mostrou que os dois partidos investirão na polarização, escanteando o nome da chamada terceira via, Eduardo Campos (PSB-PE).
Fonte, DN
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