quarta-feira, 4 de junho de 2014

O dez valeu por onze

AMISTOSO


04.06.2014

Ótima atuação de Neymar acorda Seleção de apatia diante do Panamá, e equipe goleia o adversário em Goiânia

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Ainda que tenha caído na provocação rival em alguns lances, Neymar participou de três dos quatro gols da Seleção Brasileira e produziu lances que encantaram a torcida que foi ao Estádio Serra Dourada na tarde de ontem
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Aos 23 do 1º tempo, parte dos 30 mil torcedores que estavam no Serra Dourada iniciou uma vaia, antecipando que poderiam haver problemas para a Seleção com a torcida, caso, três minutos depois, Neymar não marcasse um gol de falta
FOTO: VIPCOMM
O Brasil demorou a engrenar, só deu dois chutes a gol em todo o primeiro tempo, mas acabou não tendo problemas para golear o frágil Panamá por 4 a 0, ontem, no Serra Dourada, em Goiânia, no primeiro amistoso do time de Luiz Felipe Scolari na fase preparação para a Copa do Mundo. Neymar, Hulk, Daniel Alves e Willian fizeram os gols brasileiros na partida.
Esperança da Seleção Brasileira para o Mundial, Neymar saiu-se muito bem. Ainda que tenha caído na provocação rival e levado cartão amarelo, participou de três dos gols. Marcou um golaço de falta, deu assistência de calcanhar para Hulk e criou o lance que propiciou o de Willian.
A Seleção voltou para Teresópolis ainda na noite desta terça-feira, treina por lá nesta quarta e na quinta e, em seguida, viaja para São Paulo. Na sexta-feira, às 16h, enfrenta a Sérvia no Morumbi no último amistoso de preparação para o Mundial. A estreia na Copa é dia 12, diante da Croácia, no Itaquerão.
O Jogo
O Brasil começou a partida aparentando nervosismo. Em sete minutos, tudo deu errado. Toda a vez que a equipe passou do meio de campo, algum homem de frente se atrapalhou e perdeu a bola de forma até infantil.
Aos 23, David Luiz errou passe fácil. Parte dos 30 mil torcedores que estavam no Serra Dourada iniciou uma vaia. O jogo seguia sem chutes a gol até que, aos 25, Neymar abriu espaço na entrada da área e foi derrubado por trás. Ele mesmo cobrou, com perfeição, no ângulo, tirando da barreira e do goleiro, para abrir o placar. Foi o terceiro dele de falta com a camisa da Seleção.
O gol pareceu ter feito o Brasil lembrar que tem que se impor contra o Panamá. A partir dali, a Seleção dominou o jogo, ainda que tenha chegado pouco ao ataque. Aos 39 minutos, ninguém apertou, Daniel Alves arriscou da entrada área, o goleiro McFarlane falhou e o Brasil fez 2 a 0.
Antes do intervalo, mais uma mostra do que não se fazer durante a Copa. Neymar entrou de sola numa bola, ouviu bronca do rival, e depois levou uma falta por trás. Pouco depois, bateu uma falta propositadamente em cima de um rival do Panamá, que não lhe dava espaço. Entrando na provocação, acabou jogando uma bola em cima de Cooper, já no fim do primeiro tempo, e recebeu cartão amarelo.
Mas Neymar também fez o que dele se espera. Logo no primeiro lance do segundo tempo, ele recebeu na entrada da área, viu Hulk passando e tocou de calcanhar. Deixou o companheiro na boca do gol para bater de primeira e fazer o terceiro.
Até os 10 minutos, foram mais duas chances claras protagonizadas por Neymar. Numa, ele colocou na cabeça de Fred, que subiu e testou muito mal. Na outra, o craque entrou na área pela esquerda, chutou forte e McFarlane pegou.
Mudanças
Naquele momento, o Brasil já era outro também na formação. Afinal, no intervalo, Felipão mandou a campo Maicon, Maxwell e Hernanes, nos lugares dos laterais e de Ramires.
Aos 27, Neymar recebeu novamente na entrada da área e enfiou para a passagem de Maxwell. O lateral-esquerdo deu um tapa para tirar do goleiro e encontrou Willian na área. O meia, que havia entrado há pouco tempo, fez o quarto.
A arbitragem do boliviano Raul Orosco impediu um placar mais elástico. Foram dois pênaltis não marcados para o Brasil. Um em que Hulk foi derrubado na área e outro em que um panamenho socou a bola para impedir cabeceio de Maicon.
Vaias
Após a partida, os jogadores se incomodaram e pediram mais paciência aos brasileiros, tanto dentro como fora de campo - em relação a possíveis manifestações que ataquem os jogadores.
"Sou totalmente a favor (de protestos), não vim de família rica. Só não concordo com críticas a jogadores", declarou Neymar, que citou as vaias e pediu mais tolerância. "As vaias do começo do jogo mostram que eles sabem que podemos fazer melhor", admitiu David Luiz.
Os goianos até deram sua dose de apoio, após o Brasil deslanchar. Entretanto, estiveram longe de incentivar como fizeram as torcidas de Fortaleza e de Belo Horizonte na Copa das Confederações de 2013.
Felipão vê evolução, apesar de mau início
O técnico Luiz Felipe Scolari admitiu que a Seleção Brasileira teve um começo ruim no amistoso contra o Panamá. Mas ele avalia que o time mostrou evolução, principalmente em relação à performance nos últimos treinos na Granja Comary, especialmente no domingo, quando criticou a atuação dos titulares do Brasil.
"Minha preocupação continua, mas não do mesmo nível do domingo. Melhoramos, mas ainda sabemos que temos um bom caminho a percorrer", disse Felipão, na entrevista coletiva após o amistoso, ressaltando que ainda "falta um pouco" para a Seleção estar pronta para a estreia na Copa do Mundo.
Felipão fez a ressalva de que o time está treinando há pouco tempo, mas apontou problemas na atuação no começo do jogo. "Faz três meses que eles jogaram juntos pela última vez e têm sete dias de treinamento. Dá para dar um certo desconto. Mas deu errado, sim, nos primeiros 20 minutos. Poderia ser muito diferente se fosse um outro adversário".
Segundo ele, o Brasil tentou começar o jogo pressionando, como está acostumado a fazer. "Mas deu errado. A gente estava mal distribuído em campo e não deu para fazer aquilo que a gente faz. Fizemos mais tarde", disse Felipão. "No segundo tempo, houve muito mais movimentação, mais posse de bola, mais acerto nos passes e mais agilidade", concluiu o treinador.
Protesto
Um grupo de aproximadamente 50 pessoas, entre professores e representantes de partidos políticos, se reuniu na manhã de ontem em frente ao hotel onde a Seleção esteve concentrada.
Eles cobraram melhores condições de trabalho e criticaram a realização da Copa no Brasil.
Fonte: DN

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