sexta-feira, 13 de junho de 2014

Seleção brasileira nos braços da Paulicéia


Image-0-Artigo-1635160-1
Atacante Neymar não decepcionou a torcida brasileira e marcou dois gols na estreia do Brasil na Copa do Mundo. O principal atacante da Seleção foi substituído pelo técnico Felipão na etapa complementar
                                                               fotos: reuters

Apoiado sem restrições pela torcida paulista, o Brasil venceu a Croácia por 3 a 1, de virada, ontem, na abertura da Copa do Mundo, na Arena Corinthians. E se serve de bom presságio, na estreia da última Seleção Brasileira campeã do Mundo, em 2002. Tal como ontem, a equipe nacional, então também comandada pelo técnico Luiz Felipe Scolari, bateu a Turquia em jogo de arbitragem polêmica.
Além de dois lances mais polêmicos, a partida teve como destaque as boas atuações do atacante Neymar, que marcou dois gols, e do meia Oscar, autor do terceiro tento.

Vencido desafio da estreia, o time de Scolari voltou para seu CT, em Teresópolis (RJ), ainda na noite de ontem. No domingo, segue para Fortaleza, local do jogo contra o México, pela segunda rodada do Grupo A, na próxima terça-feira, 17.
Contagiados por mais um show da torcida brasileira após o encerramento do Hino Nacional, os brasileiros foram a campo para buscar exercer uma pressão inicial. Bem ao estilo da Copa das Confederações do ano passado. No entanto, logo a equipe comandada por Luiz Felipe Scolari se veria ameaçada pelo bom desempenho do ótimo meio campo croata, liderado por Luka Modric.
Foi numa dessas ocasiões que o próprio Olic quase marcou de cabeça após cruzamento da direita de Perisic, aos seis minutos. A bola passou muito perto da meta de Julio Cesar. Quatro minutos depois, saiu o gol inaugural da Copa. Após cruzamento rasteiro de Olic, o centroavante Jelavic furou e Marcelo, que vinha em sua cobertura, tocou sem querer para as próprias redes com o pé direito: 1 a 0 Croácia.
Prontamente, a torcida paulista, tão criticada anteriormente por não ser entusiasta da Seleção, voltou a entrar em cena como fator de desequilíbrio, gritando "Brasil, Brasil!
Oscar parece ter sentido a boa vibração. Jogando em casa, o paulista foi um dos melhores em campo, quase sempre caindo pela direita do ataque. Neymar, também paulista, parecia pilhado pelo clima da abertura em casa, mas não tinha encaixado ainda um lance definitivo até acertar uma cotovelada em Modric. Ele levou cartão amarelo, apesar da pressão dos croatas pelo vermelho.

Neymar e Oscar brigaram pela bola no meio campo. O atacante do Barcelona abriu um pequeno espaço para a perna esquerda e mandou um chute mascado que achou o canto direito de Pletikosa, empatando o jogo, aos 28. O Brasil procurou pressionar mais na volta para o intervalo, mas aos poucos a partida foi ficando morna, sem grandes emoções. Mas isso foi apenas até o lance mais capital do jogo surgir, aos 23. Fred recebeu dentro da grande área e, na hora em que ia girar o corpo para bater de pé esquerdo, caiu em campo e o juiz Yuchi Nishimura marcou pênalti, em decisão contestada pelos croatas, mas não houve jeito.
Neymar bateu no canto esquerdo. Pletikosa chegou a desviar a bola, mas não evitou o gol da virada brasileira. Aos 28, os croatas reclamaram de uma nova marcação do árbitro japonês. O goleiro Julio Cesar subiu para dividir uma bola com Olic, que ganhou o lance, mas o Nishimura deu lance irregular após os croatas empurrarem a bola para as redes.
Nos dez minutos finais, a pressão foi do time visitante. Sentindo que poderia sofrer o empate, Felipão sacou Neymar para a entrada de Ramires, para tentar reforçar a marcação. Na saída, o camisa 10 foi bastante ovacionado pela torcida paulista.
E ele veria o gol que selaria o resultado do banco de reservas. Depois de quase sofrer o empate após saída errada de Hernanes - que substituiu Paulinho-, Oscar fez bela jogada individual, carregando a defesa croata e chutando de bico, surpreendendo o goleiro Pletikosa: 3 a 1.
No fim do jogo, Thiago Silva, Gustavo e David Luiz pediram, com gestos, que a torcida demonstrasse sua força. De pronto, surgiu das arquibancadas o grito "eu sou brasileiro, com muito orgulho, com muito amor". Cântico que certamente será repetido em Fortaleza na próxima terça-feira, ante o México.

Scolari exalta atuação do meio-campista Oscar
Na entrevista coletiva que concedeu, ontem, após o jogo, Felipão saiu em defesa de Oscar. O jogador do Chelsea vinha sendo questionado nos últimos dias por estar um pouco mais apagado em campo do que no ano passado.
Quando um repórter iniciou sua pergunta afirmando que o jogador estaria se tornando uma dúvida para Scolari, o treinador o interrompeu: "Espera um pouco, o Oscar não ia jogar para quem? Para mim, não havia discussão nenhuma". Em seguida, disse que o meia foi quem mais roubou bolas pela seleção no jogo e criou jogadas ofensivas, especialmente pelo lado direito do campo. "O Oscar é esse jogador que já conhecemos. Não ia desaprender de um dia para outro", afirmou o técnico Scolari.
Ainda sobre o meia, Felipão rechaçou qualquer possibilidade de que o atleta tenha entrado em campo querendo dar uma resposta aos críticos. O Oscar é um menino puro, bonzinho. O filho que todo pai queria ter. Não tinha mágoa nenhuma".

Atenção especial
Scolari acrescentou que sabia que seu grupo de jovens atletas merecia atenção especial antes do jogo, por conta da ansiedade da estreia. Para ele, a dificuldade foi superada. "Ontem (4ª feira), tive de fazer um trabalho diferenciado, vendo jogadores que poderiam estar sentindo o peso de jogar hoje (5ª). Trabalho mais cansativo que qualquer treino" contou, acrescentando que quem mais ajudou nessa tarefa foi a torcida. "Eles (torcedores) foram maravilhosos. Nunca mais falarão que São Paulo não ajuda a seleção", disse o técnico.

Resposta
Sobre as reclamações de Niko Kovac, técnico da Croácia, dizendo que "milhares de pessoas viram que não foi pênalti" no lance do Fred, Felipão ironizou: "Milhares não viram? o juiz deu pênalti, cabe a ele decidir. E nós também achamos que foi pênalti". E o técnico contemporizou: "se eu estivesse no lugar dele (Kovac), também reclamaria".

Kaká vai à abertura torcer pela seleção
Ainda hoje um dos principais nomes do futebol brasileiro, o meia Kaká esteve no Itaquerão, ontem, para acompanhar a abertura da Copa do Mundo, mesmo que não tenha sido convocado pelo técnico Luiz Felipe Scolari para defender a seleção brasileira na partida contra a Croácia e no restante da competição.
Ao lado do filho Luca, Kaká foi até a beira do gramado e cumprimentou os jogadores, entre eles Neymar. O meia afirmou que, como brasileiro, não poderia ficar fora deste momento especial para o país e deu um palpite otimista para o jogo.
O jogador do Milan aproveitou que a seleção dirigida por Felipão realizava o seu aquecimento para a partida e abraçou alguns jogadores, incluindo o atacante Neymar, principal nome da equipe.Kaká comentou ainda sobre a vontade de jogar a Copa no Brasil.
"Queria participar, não foi possível. Estou torcendo, passar ali sentir e carinho deles bom é demais. Estou muito feliz, curtindo Copa de um jeito diferente, torcendo muito pelo Brasil", disse em entrevista à Rede Globo.

Histórico
Kaká participou das últimas três edições da Copa. Em 2002, ele era apenas um promissor jogador do São Paulo, de 20 anos, e teve participação reduzida na conquista do título mundial pela equipe dirigida por Felipão.
Em 2006, compunha o chamado "quadrado mágico", ao lado de Ronaldinho Gaúcho, Adriano e Ronaldo. Ele marcou o primeiro gol da equipe na competição, em vitória por 1 a 0 sobre a Croácia, mas fracassou na tentativa de ser novamente campeão.

Técnico reclama da arbitragem
"Todos no estádio viram que não foi pênalti. Foi ridículo. Se forem marcadas faltas dentro da área dessa maneira durante a Copa teremos 100 pênaltis no torneio". Foi assim que começou a responder à primeira pergunta que recebeu na entrevista coletiva após o jogo o técnico da Croácia, Niko Kovac. Ele se referia ao pênalti marcado em cima do atacante brasileiro Fred, quando a partida ainda estava empatada em 1 a 1.
Com um estilo elegante, porém duro e bem articulado nas palavras, o ex-zagueiro criticou duramente a Fifa por ter escalado o árbitro japonês Yuchi Nishimura para a partida.
Apesar de indignado com o lance, Kovac isentou Fred de culpa no lance por conta de uma possível simulação. "Todos somos profissionais. Não posso culpar o Fred. Todos tentam fazer isso, faz parte do futebol. O que quero é que os árbitros sigam as regras. Não culpo o Fred de forma alguma".
O ex-jogador do Bayern de Munique também eximiu o juiz de culpa. "Pessoalmente, acredito que (a falha) não tem nada a ver com o árbitro, tem a ver com o fato de estarmos jogando no Brasil, favorito do torneio. Disseram que teriam cuidado com isso num workshop (para os técnicos, antes da Copa), para evitar ao máximo essas situações (de atletas que se jogam para obter a marcação da falta), mas isso não aconteceu".
Embora triste com a derrota da maneira que aconteceu, Kovac destacou a boa atuação de seu time, especialmente no primeiro tempo, e apontou falhas no setor defensivo brasileiro.

Fonte, DN 
Pery Negreiros
Editor
d
Compartilhe este artigo :

Nenhum comentário:

Postar um comentário