terça-feira, 24 de março de 2015

Aliados de Cid Gomes falam em 'voo político mais alto' em 2018


Para eles, Cid saiu do ministério com a imagem de que tem coragem de falar a verdade e que não está disposto a qualquer atitude para ter cargos públicos

AE
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Desde que bateu boca com o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), no plenário da Casa e acabou demitido pela presidente Dilma Rousseff, o ex-ministro da Educação Cid Gomes (PROS) mantém-se recluso em seu apartamento em Fortaleza. Mas seus aliados avaliam que a repercussão do episódio, considerada positiva, especialmente nas redes sociais, para a imagem do ex-ministro, pode levá-lo a "voos maiores". Já existe em seu grupo quem acredite que Cid poderá repetir trajetória do irmão Ciro Gomes e ser candidato à Presidência da República em 2018. "Cid se cacifou para voos políticos maiores", diz o deputado estadual Wellington Landim (PROS). "A sociedade pede mudança e renovação e o Cid pode falar para eles." Ciro Gomes foi candidato pelo PPS à Presidência em 1998 e em 2002.
Para os aliados do ex-ministro, Cid saiu do ministério com a imagem de que tem coragem de falar a verdade e que não está disposto a qualquer atitude para ter cargos públicos. "Se a condução dele no ministério mostrou sua grandeza como gestor, a atitude o fez maior ainda, pois isso demonstrou desapego", defende o prefeito de Sobral, berço político da família Gomes, Clodoveu Arruda (PT).
Na quarta-feira passada, 18, Cid foi ao plenário da Câmara convocado pelos deputados para explicar declaração de que a Casa tinha "de 300 a 400 achacadores", feita há quase um mês num evento fechado em Belém. A sessão transformou-se em intenso bate-boca e o ex-ministro chegou a apontar Eduardo Cunha e dizer que preferia "ser acusado de mal educado do que ser como ele, acusado de achaque". Do Congresso, Cid foi diretamente ao Palácio do Planalto, de onde saiu já fora do cargo de ministro.
No dia seguinte, o ex-ministro da Secretaria dos Portos no primeiro governo Dilma Leônidas Cristino (PROS-CE), aliado dos Gomes, publicou artigo na imprensa local em que disse que a sociedade deveria "agradecer" a Cid: "As instituições republicanas e a própria democracia devem agradecê-lo pela atitude", escreveu. "Antes de ser interpretada como um ato de arrogância, afronta ou petulância, a forma como agiu na sessão representa muito mais um alerta ao Poder Legislativo."
Cid Gomes ganhou o apoio nas redes sociais após o bate-boca no Congresso. Simpatizantes se organizam para defender a renúncia do presidente da Câmara em protestos convocados pela internet para o dia 12 de abril. A convocação está sendo feita pela página "Eu exijo a renúncia do Eduardo Cunha", compartilhada por Ciro Gomes na última sexta-feira.
Fonte: ISTOÉ

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