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Deu a lógica na temporada 2014 da Fórmula 1: Lewis Hamilton conquistou neste domingo o Mundial de pilotos, o segundo de sua carreira. Campeão também em 2008, o britânico levou a melhor sobre o alemão Nico Rosberg em um duelo que refletiu a superioridade da equipe Mercedes ao longo de todo o ano.
O título veio no último GP da temporada, nos Emirados Árabes, porém, foi construído bem antes disso. Na verdade, os primeiros passos foram dados no final de 2012, quando o britânico aceitou deixar a McLaren – equipe com a qual tinha contrato desde as categorias de base – para substituir Michael Schumacher na Mercedes. Coadjuvante na briga por títulos entre 2009 e 2012, Hamilton apostava na ascensão da equipe alemã, que contava com uma vitória em três anos, para brigar.
A aposta se mostrou certeira. Logo em 2013, foram três vitórias da Mercedes, sendo uma de Hamilton. Vice-campeã do Mundial de construtores , atrás apenas da Red Bull, a escuderia trabalhava esperando um vacilo da rival austríaca para dar o grande salto. E o vacilo veio em 2014, numa guerra de motores.
Diante da desvantagem dos motores Renault (que equipavam Red Bull e Lotus, entre outras), a Mercedes dominou o ano, dando forças ainda para times como Williams, McLaren e Force India. Entre os pilotos, a supremacia de Hamilton e Rosberg logo se destacou: os dois venceram as seis primeiras etapas da temporada, e só não fizeram seis dobradinhas porque Hamilton abandonou o GP da Austrália na segunda volta com problemas – que ironia – no motor de seu carro.
Ao fim do GP de Mônaco, Nico Rosberg liderava o Mundial com 122 pontos, contra 118 de Hamilton – Fernando Alonso, o terceiro colocado com a Ferrari, tinha distantes 61 pontos. Já havia ficado claro que a disputa estava restrita à Mercedes, e nem as três vitórias de Daniel Ricciardo pela Red Bull ao longo do ano (Canadá, Hungria e Bélgica) seriam capazes de colocar em xeque tal hegemonia.
O alemão chegou a estar próximo do título, abrindo 29 pontos (220 a 191) de vantagem após a prova em Spa-Francorchamps. No entanto, a reta final da temporada de Hamilton foi daquelas dignas da história da Fórmula 1 – a começar pelo GP da Itália, onde dois erros do alemão na mesma chicane acabaram colocando a vitória nas mãos do britânico.
Era a sexta vitória de Hamilton no ano, em um momento determinante. A partir dali, o inglês venceria outras quatro provas na sequência (Cingapura, Japão, Rússia e Estados Unidos), virando o duelo na reta final. Assim, faltando duas provas para o fim da temporada, o britânico tinha 316 pontos, contra 292 do companheiro de equipe.
A vitória de Rosberg em Interlagos apenas diminuiu a diferença (334 a 317) e deu um tempero a mais na disputa da "Fórmula Mercedes". Porém, dominante nos treinos, Hamilton deu o troco em Abu Dhabi e coroou a conquista com uma vitória.
O feito em Abu Dhabi reflete o domínio, ao longo do ano, do primeiro piloto negro a competir na Fórmula 1. Para Lewis, sobrar na temporada não é inédito – foi assim quando conquistou a Fórmula Renault britânica (2003) e a Fórmula 3 europeia (2005), quando venceu mais da metade das corridas das respectivas temporadas. Desta vez, a matemática não foi tão folgada, mas o domínio se confirmou, e tem tudo para se repetir em 2015.
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