quarta-feira, 25 de fevereiro de 2015

Setores alertam para desabastecimento

Transporte e distribuição de gêneros agrícolas, combustíveis e outros produtos seriam afetados com a intensificação dos bloqueios no Ceará
RODRIGO CARVALHO
Caminhoneiros bloquearam a BR-116 causando engarrafamento






Setores da economia temem que a intensificação dos protestos nas rodovias acarretem em desabastecimento de gêneros agrícolas, produtos industrializados, insumos e até combustíveis no Estado.

Odálio Girão, analista de mercado da Ceasa, o Ceará sofreria com a diminuição de hortifrutigranjeiros. “Temos uma reserva no entreposto de Maracanaú. Se os bloqueios se intensificarem, teríamos uma redução da oferta de produtos no mercado local”, pontua. Entre os itens estão maça, pera, uva e batata inglesa.

A duração dos produtos na Ceasa, afirma, é de cinco dias. “O abastecimento ocorre nas quartas-feiras para a feira do outro dia. Depois disso, o estoque diminui.

Fernando Castelo Branco, coordenador do núcleo de Economia e Estratégia da Federação das Indústrias do Estado do Ceará (Fiec), informa que a cadeia industrial sairia prejudicada, em especial as que obtêm insumos de outros estados.

“As empresas que necessitam de matérias-primas sentiriam o impacto As resinas sintéticas para a indústria de plásticos vêm de fora. O papel, que abastece a indústria gráfica do Ceará, é comprado nos estados de São Paulo e Paraná”, confirma.

No momento não há registros de desabastecimento. “O problema vai depender da amplitude e duração. Mas é certo que está começando a chegar no Ceará. Acende o sinal de alerta”, afirmou.

José do Egito, presidente da Associação Brasileira de Atacadistas e Distribuidores de Produtos Industrializados (Abad), reforça que o setor de varejo não foi atingido com as paralisações nas rodovias, mas relata preocupação. “Caso o movimento continue a ganhar corpo, é provável que o setor venha a sentir os seus efeitos ”.

Combustíveis
A distribuição do combustível para o interior do Ceará pode ficar comprometida com os bloqueios. É o que afirma o assessor para assuntos econômicos do Sindipostos, Antônio José Costa. “Não existe nenhuma medida ainda, porque não tem outro meio de transporte que leve o combustível até o Interior do Ceará. Então, se continuar o movimento, vai faltar combustível”, resume. Os combustíveis chegam em Fortaleza através do Porto do Mucuripe e seguem para o Interior do Estado pelos modais rodoviário e ferroviário. 

A paralisação dos caminhoneiros começou por volta de 15h20min. Um grupo bloqueou o tráfego na BR-116, no Km-14 (em frente ao Posto São Cristóvão). Segundo o chefe do núcleo de comunicação social da Polícia Rodoviária Federal no Ceará, Alexandro Batista, após a chegada da Polícia, as faixas de ultrapassagem foram liberadas.
 
Saiba mais

Estados
Os estados do Rio de Janeiro, Goiás e Pará tiveram paralisações pontuais.
Portos
As paralisações no País afetaram até a movimentação dos portos. No de Paranaguá, situado no Paraná, apenas 10% dos carregamentos de ontem foram realizados. Há riscos de atrasos dos carregamentos dos navios que atracados e outros que aguardam autorização para receber os bens transportados nos caminhões.
Justiça
A Justiça Federal nos estados de Minas Gerais e Rio Grande do Sul determinou a liberação dos trechos bloqueados. Na região mineira, caso a decisão judicial seja descumprida, os sindicatos responsáveis pelo protesto pagarão multa de R$ 50 mil por hora e R$ 5 mil por pessoa física ou veícul
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Fonte: O Povo

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