Jaime poupou cinco jogadores.
Não teve medo.
Sabia do fraco potencial Fluminense de Luxemburgo.
Tinha certeza que seu Flamengo, meio reserva, meio titular bastava.
E bastou.
Vanderlei Luxemburgo teve a coragem de montar seu time cauteloso.
O Fluminense havia conquistado apenas três pontos nos último sete jogos.
E vinha em plena decadência, parecida com a carreira do seu treinador.
Um empate já serviria para acalmar a torcida e diretoria.
Iria impedir que ambas se animassem a imitar o rival.
Fazer como o Vasco que demitiu Dorival Júnior.
A chegada de Adilson Batista teve um efeito benéfico.
E o time venceu o Coritiba no sábado.
Mesmo com o fraco potencial de Adilson, o time reagiu.
Valeu a troca.
Ainda mais agora, que faltam apenas seis rodadas para o fim.
O time reagiu bem à chegada de um novo discurso, novas ideias.
Por isso a escalação covarde com três volantes.
Foi uma enorme decepção para os conselheiros do Fluminense.
Contra a equipe mista flamenguista, um time fechado.
O treinador pagaria caro por sua falta de ousadia.
Quando já comemorava o empate, seu time tomou um gol no contragolpe.
Rafinha cruzou, buscava Hernanes, mas Gum se antecipou.
E fez gol contra.
Isso aos 44 minutos e 44 segundos do segundo tempo.
Oitava partida do Fluminense sem vitória.
Três pontos conquistados em 24 em jogo.
Nenhuma equipe conseguiu sequência tão negativa neste Brasileiro.
Nem mesmo o Náutico já rebaixado.
O campeão brasileiro de 2012 está humilhado com Luxemburgo.
Nos vestiários, a velha rotina na vida do treinador.
Ele se tornou um especialista em ser mandado embora, largado.
E receber multas rescisórias.
Esperto, sabe que se pedir para sair, não recebe um tostão de multa.
"Eu não saio.
Não sou homem para pedir para ir embora.
Sou como vara de marmelo, envergo mas não quebro."
Luxemburgo estava tão sem argumentos que deixou escapar um ridículo.
O treinador que já chegou a ganhar cinco Brasileiros mudou muito.
Deixou claro que considera exagerado o rebaixamento de quatro equipes.
Clara preocupação de quem não consegue mais brigar pelo título.
Mas para fugir da Segunda Divisão.
As atitudes de Luxemburgo não surpreendem.
Ele vem de uma sequência constrangedora de demissões.
Palmeiras, Atlético Mineiro, Flamengo, Grêmio.
Virou colecionador de portas fechadas.
Está cada vez mais largado pela elite do futebol mundial.
Surpreendente foi o presidente Peter Siemsen.
Ele falou após o treinador.
Conseguiu ver evolução do Fluminense.
O time perde para o time misto do Flamengo.
Completa oito jogos sem vitória.
O time está às portas do rebaixamento.
E o presidente ainda vê 'evolução'.
Não é por acaso que a reeleição de Siemsen está por um fio.
Conselheiros cobram que enfrente Celso Barros, presidente da Unimed.
E demita Luxemburgo o mais rápido possível.
Enquanto ainda há tempo para o Fluminense.
Só que Peter titubeia.
Consegue ser mais inseguro que Roberto Dinamite.
E o Vasco já alcançou os mesmos 36 pontos que o Fluminense.
O único item que separa o tricolor da zona do rebaixamento é o saldo de gols.
Tem três a mais do que o rival.
A campanha do atual campeão brasileiro é ridícula igual.
São apenas nove vitórias, nove empates e 14 derrotas.
A torcida que já estava furiosa ficou ainda mais.
Após a derrota de ontem, alguns torcedores foram às Laranjeiras.
Revoltados, danificaram carros, arrebentaram placas de publicidade.
E, simbolicamente, jogaram lixo no campo de treinamentos.
Foi só o início de uma semana que deverá ser terrível.
O time enfrentará o Corinthians em Araraquara no domingo.
O Vasco pegará o Santos já sem chance de chegar à Libertadores.
A partida será no Maracanã.
Apesar da promessa de Siemsen, Luxemburgo corre perigo.
Conselheiros exigem a sua demissão.
Caio Júnior já havia sido contatado na semana passada.
Não será surpresa se houver a troca nos próximos dias.
Até porque torcedores prometem novas manifestações durante a semana.
Se o Fluminense for rebaixado, Luxemburgo fará história.
Será a primeira vez que um campeão brasileiro cai no ano seguinte.
Mas nada surpreende na sua decadente carreira.
Inacreditável é a omissão da diretoria do Fluminense.
Parece que quer voltar à Segunda Divisão.
E Peter Siemsen deixar de ser presidente...
Fonte:R7
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